‘Gladiador 2’: Denzel Washington reina em sequência épica e sangrenta
Em papel de vilão, ator rouba a cena e protagonismo no filme de Ridley Scott, com Paul Mescal
Homens têm mais um motivo para pensar diariamente no Império Romano. A estreia de Gladiador 2 nos cinemas promove uma exaltação do período da antiga civilização. Brincadeiras à parte, o reencontro com a história de Ridley Scott, apresentada originalmente no ano 2000, oferece uma das maiores experiências cinematográficas do ano, um espetáculo épico e sangrento.
Maximus, herói do primeiro filme, vivido por Russell Crowe, virou um símbolo de virilidade de uma geração. Agora, é a vez do seu filho, Lucius, interpretado por Paul Mescal em performance comprometida, de corpo inteiro.
O protagonista é fruto de um romance do herói com Lucilla (Connie Nielsen), filha do imperador. Após fugir de Roma, Lucius (ou “Hanno”) cresceu em Numídia, no Norte da África. Quando o território é invadido, ele é transformado em um prisioneiro de guerra e, depois, um gladiador.
Com a morte da esposa, Arishat (Yuval Gonen), busca vingaça contra o general Acacius (Pedro Pascal), que por sua vez está insatisfeito com o sistema e busca derrubar os imperadores Geta (Joseph Quinn) e Caracalla (Fred Hechinger).
Em meio à disputa de poder, Macrinus (Denzel Washington) vê uma oportunidade de ascensão — e rouba a cena e até o protagonismo do filme, mesmo sendo vilão.
Apesar de soar como uma versão reciclada do original, há uma ambição de apresentá-lo a uma nova geração. O longa comete alguns deslizes ao reduzir momentos de clímax e tensão.
A ambientação pulsante, sensual e vigorosa de uma Roma decadente nos lembra que, no final, o apelo de Gladiador reside na sua habilidade de transformar sangue, poeira e honra em uma experiência quase atemporal.
NOTA: ★★★☆☆
Publicado em VEJA São Paulo de 15 de novembro de 2024, edição nº 2919