‘Coringa: Delírio a Dois’ é musical monótono com Lady Gaga mal aproveitada
Continuação do filme de 2017 de Todd Phillips une fãs de super-heróis e divas pop pela sensação de tédio e apatia ao final
Um dos filmes mais aguardados do ano, por diferentes públicos, Coringa: Delírio a Dois acaba de estrear. o filme de Todd Phillips, com Joaquin Phoenix e Lady Gaga, tinha o potencial de unir entusiastas de super-heróis e fãs de diva pop.
No final, a união não se dá pela devoção à história, mas pela sensação de apatia ao sair da sala de cinema. Não é intrigante ou provocante, características que fizeram o primeiro longa, de 2017, ser aclamado, e também não chega a ser inteiramente ruim, a ponto de gerar repulsão. É apenas monótono, sem gerar interesse ou empatia pelos personagens.
Depois de cometer uma série de assassinatos, Arthur Fleck (Phoenix) está preso no hospital Arkham. Sua solidão chega ao fim ao conhecer Lee Quinzel (Gaga), a Arlequina, com quem se conecta por meio da música.
Quando se inicia o julgamento de seus crimes, Arthur precisa lidar com traumas do passado. a maioria das cenas musicais fica deslocada ou não agrega ao enredo.
Lady Gaga realmente teve seu potencial desperdiçado. Seria entretenimento puro ver a artista realizar loucuras e soltar a voz, mas a personagem fica contida, quase como figurante.
O roteiro sofre para captar as nuances, embora Joaquin Phoenix se esforce. Contam pontos a favor os trabalhos de fotografia, som, maquiagem e figurino.
NOTA: ★★☆☆☆
Publicado em VEJA São Paulo de 4 de outubro de 2024, edição nº 2913