‘A Flor do Buriti’ retrata luta do povo indígena Krahô, no Tocantins
Os diretores João Salaviza e Renée Nader Messora passaram quinze meses gravando em quatro aldeias, com uma equipe de indígenas e não indígenas
Dentre as várias virtudes de A Flor do Buriti, a que mais se destaca é o elenco. O filme em cartaz retrata a luta do povo indígena Krahô, no Tocantins, mostrando em detalhes ricos a língua e a cultura da comunidade.
Não à toa, a obra de João Salaviza e Renée Nader Messora foi reconhecida com o prêmio de melhor equipe na mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes em 2023.
Para remontar com precisão a realidade do povo, a dupla usou como base relatos históricos e observações na Terra Indígena Kraholândia. As filmagens movimentaram quatro aldeias ao longo de quinze meses, com uma equipe de indígenas e não indígenas.
A história apoia-se em acontecimentos reais. Em meados de 1940, o encontro de duas crianças Krahô com um boi no breu da floresta surge como o prenúncio de um massacre pelas mãos dos fazendeiros da região. Fica evidente a força e resistência da tribo perante conflitos do passado e do presente.
NOTA: ★★★☆☆
Publicado em VEJA São Paulo de 5 de julho de 2024, edição nº 2900