Saiba a temperatura correta para servir cada tipo de vinho
Armazenamento inadequado afeta a qualidade da bebida

“Pra fazer uma boa teoria é preciso muita prática”, vaticinou Millôr Fernandes. Pena que o guru do Méier não era afeito ao vinho, senão, estimulado pela bebida, acredito que teria criado ainda mais frases geniais como essa. De qualquer modo, a máxima citada veste como uma luva no mundo da bebida, que é cheio de teorias e regras. Mas de onde vieram? Da prática, é claro. O perigo é que muitas vezes essas normas, que nasceram em outras épocas e em outras circunstâncias, são aplicadas de forma dogmática até hoje. Um dos melhores exemplos vem daquela que diz respeito à temperatura de serviço. Já ouviram falar que “tintos devem ser servidos à temperatura ambiente”? Totalmente errada, essa regra antiga possivelmente nasceu durante um inverno europeu, quando as garrafas saíam de uma adega fria no porão e precisavam ser aclimatadas perto de uma lareira. Para não haver erro na hora de pôr o vinho na taça, conheça as temperaturas consideradas ideais.
6 a 8 graus – espumantes e vinhos brancos doces, como bruts, moscatéis, sauternes, moscato, tokaji, auslese, late harvest.
8 a 10 graus – brancos meio doces, alguns brancos secos leves e espumantes rosé — gewurztraminer, vinho verde, muscadet, sancerre, frascati, orvieto, chenin blanc, chablis, sauvignon blanc em geral.
10 a 12 graus – brancos secos de médio corpo e rosados. Exemplos: bordeaux brancos, jerez fino, alemães secos de qualidade, soave, chardonnay.
12 a 14 graus – brancos mais encorpados e tintos ligeiros. Ou seja, borgonhas brancos 1er cru e grand cru, beaujolais, chinon, valpolicella, bardolino.
14 a 16 graus – tintos de médio corpo, como côtes du rhône genéricos, chianti comum, barbera, zinfandel.
16 a 18 graus – tintos de médio a bom corpo, tintos envelhecidos, tintos mais macios e menos taninosos, tintos mais alcoólicos. Exemplos: Porto, borgonha, supertoscanos, primitivo, châteauneufdu- pape, amarone.
18 a 20 graus – tintos secos de muitos taninos e não muito álcool. Exemplos: bordeaux tinto grand cru, barolo, barbaresco, brunello di montalcino, rioja reserva e gran reserva.
Caso você não possua uma adega climatizada ou mesmo um termômetro de vinhos, aí vão algumas dicas úteis:
– Na parte interna da porta de um refrigerador, a temperatura fica em torno de 10-12 graus.
– No fundo da geladeira, junto à placa fria, a temperatura ronda os 3-5 graus.
– Para os tintos que pedem temperaturas mais altas do que 12 graus, deixe-os gelar na porta por um período de, no máximo, duas horas.
– Evite manter vinhos por muitos dias na geladeira, pois a vibração não fará bem à bebida.
– É aconselhável usar um balde com gelo e água gelada.
– Nesse caso, deixe os tintos mais potentes por cerca de dez minutos e depois os retire.
Château de Pourcieux Provence Rosé. Um autêntico rosé da Provence, colecionador de prêmios, elaborado com as syrah, grenache, cinsault, cabernet sauvignon e vermentino. Com aromas intensos de frutas vermelhas, cítricos e florais, elegante e delicioso. Paladar de boa estrutura, para combinar com uma boa gama de pratos. Para tomar a 10 graus. R$ 132,51, nas Americanas.
Jerez Fino Tio Pepe. É o jerez mais conhecido no mundo. O fino é o tipo de jerez mais leve e fresco, para ser tomado a 10 graus. Apesar dos seus 15% de álcool, é uma bebida de grande frescor, muito versátil à mesa e tem casamento perfeito com pratos como o gaspacho. R$ 208,90, na Amazon.
Louis Latour Beaujolais-Villages. Um Beaujolais Villages do produtor Louis Latour, nome mais conhecido por seus borgonhas. Elaborado com 100% uvas gamay, pelo método de maceração carbônica, que garante frescor, leveza e frutuosidade. Beba a 14 graus. R$ 176,40, nas Americanas.
Publicado em VEJA São Paulo de 12 de outubro de 2022, edição nº 2810
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