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Vinho e Algo Mais

Por Por Marcelo Copello Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Especialista na bebida, Marcelo Copello foi colunista de Veja Rio. Sua longa trajetória como escritor do tema inclui publicações como a extinta Gazeta Mercantil e livros, entre eles "Vinho e Algo Mais" e "Os Sabores do Douro e do Minho", pelo qual concorreu ao prêmio Jabuti

Touriga nacional: saiba mais sobre a casta símbolo de Portugal

Os vinhos provenientes desta variedade emblemática do país europeu são intensos, elegantes e longevos

Por Marcelo Copello
3 out 2025, 06h00
vinhos
Touriga nacional: vinhos elegantes com intensidade (Vinícola Fiuza/Divulgação)
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A touriga nacional é, por excelência, a casta tinta mais emblemática de Portugal, e sua história remonta ao fim do século XVIII, tendo sido formalmente identificada por Lacerda Lobo em 1790 nas subregiões do Douro e das Beiras.

É provável que tenha se originado na aldeia de Tourigo, no Dão, onde se observa maior variabilidade genética, reforçando essa hipótese. Por muitos anos, permaneceu confinada ao Dão e ao Douro — quase reduzida a uma minoria, especialmente após a devastação da praga filoxera no século XIX, quando seu baixo rendimento a tornou menos atrativa.

Nos anos 1980, graças a esforços intensivos de reestruturação, seleção de clones e microvinificação, foi recuperada e reposicionada como protagonista nos vinhos portugueses.

Atualmente, a touriga nacional ocupa uma posição de enorme destaque: é mais conhecida e valorizada de Portugal, considerada por muitos a “rainha” das uvas tintas portuguesa.

Representa cerca de 13 000 hectares, tornando-se a terceira mais cultivada no país — com liderança no Douro, seguida pelo Dão e Alentejo.

A sua expansão internacional é notável: encontrou solos e climas adaptáveis na Espanha (em especial no Priorat), África do Sul, Austrália, Califórnia e até no Brasil.

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Em Bordeaux, foi selecionada como uma das castas autorizadas para plantio, destinada a estudar a adaptação às mudanças climáticas.

Essa autorização, de junho de 2019, permite seu uso em denominações como Bordeaux e Bordeaux Supérieur, limitada a até 5 % da área de vinhedo e até 10 % do blend — um marco simbólico para uma região tradicionalmente conservadora.

Um touriga nacional bem feito — seja do Douro ou do Dão — revela um perfil aromático vibrante e complexo: destacam-se violetas, frutas negras (amora, ameixa, cereja), ervas aromáticas, especiarias como pimenta preta e cravo, além de notas balsâmicas, chá, cacau, bergamota e alcaçuz.

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No Douro, a bebida é geralmente estruturada, com taninos firmes e acidez presente — ideal para envelhecimento.

Aromas intensos de fruta madura, violetas, especiarias e até notas defumadas são típicos.

No Dão, em clima mais ameno e solo granítico, o estilo tende a ser mais elegante e fresco, com acidez equilibrada, taninos mais delicados e perfil floral mais pronunciado.

A touriga nacional é sinônimo de intensidade e, mesmo com taninos robustos, sua acidez e concentração cromática propor- cionam vinhos elegantes e longevos.

vinhos
Sugestões de rótulos (Reprodução/Divulgação)
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Vallado Touriga Nacional 2018: Da Quinta do Vallado, do Douro. 100% touriga nacional, com dezesseis meses em carvalho francês. No nariz, aroma intenso de frutas vermelhas maduras, violeta e notas balsâmicas e de especiarias do carvalho. No paladar, bom corpo, com taninos finos e doces, boa acidez, conjunto expressivo e equilibrado, com 14,5% de álcool e potencial de guarda. R$ 529,90, na Grand Cru.

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Casa Burmester Reserva D.O.C. Douro Tinto 2022: Da tradicional casa de Vinho do Porto Burmester, feito com um blend no qual predomina a touriga nacional, complementada por touriga franca e tinta roriz, com amadurecimento de doze meses em barricas de carvalho francês e uma pequena parcela em carvalho americano. Aromas florais e de frutas vermelhas. Paladar de médio-bom corpo, textura macia, taninos sedosos, acidez equilibrada. R$ 219,90, na Wine.

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Publicado em VEJA São Paulo de 3 de outubro de 2025, edição nº 2964.

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