Sicília, na Itália, produz vinhos únicos e variados
A ilha do Mediterrâneo é a maior região vinícola da Itália em área cultivada e a quarta em volume de produção com cerca de 6 milhões de hectolitros em 2022
A Sicília, a maior ilha do Mediterrâneo, é uma das mais antigas e fascinantes regiões vinícolas da Itália. Região vulcânica, é um caldeirão de culturas e tradições, refletido em seus vinhos únicos e variados. Sua viticultura tem suas raízes há mais de 3000 anos, iniciada pelos fenícios e aprimorada pelos gregos no século VIII a.C., que introduziram técnicas avançadas e novas castas.
Durante o Império Romano, os vinhos sicilianos eram valorizados e amplamente exportados. A Idade Média trouxe um florescimento sob o domínio árabe, com inovações na irrigação e no cultivo. No século XVIII, os espanhóis impulsionaram a produção de vinhos fortificados, como o famoso marsala. Após um período de declínio no século XX, com a produção em massa de qualidade inferior, a Sicília experimentou um renascimento nas últimas décadas, focando na valorização de suas castas autóctones e na qualidade.
Atualmente, é a maior região vinícola da Itália em área cultivada, com 120 000 hectares de vinhedos e quarta em volume de produção com cerca de 6 milhões de hectolitros em 2022, representando 10% da produção italiana. A diversidade inclui desde simples garrafas de mesa até rótulos de alta qualidade com denominações de origem controlada.
Entre as sub-regiões vinícolas, destacam-se a Etna DOC, com vinhos elegantes e estruturados originados dos solos vulcânicos do monte Etna, onde se cultivam uvas como nerello mascalese e carricante; a Vittoria DOC, famosa pelo cerasuolo di vittoria, um tinto leve e frutado feito de nero d’avola e frappato; e a Marsala DOC, na costa oeste, conhecida pelos fortificados complexos elaborados com grillo, catarratto e inzolia.
Outra região importante é a Menfi DOC, na costa sudoeste, onde o clima quente e seco favorece a bebida encorpada e frutada, com destaque para a nero d’avola e grillo, além de castas internacionais como cabernet sauvignon e chardonnay. As castas autóctones, como nero d’avola, grillo e catarratto, refletem a diversidade e o caráter do terroir siciliano. A nero d’avola, a uva tinta mais plantada, resulta em vinhos que variam de frutados acessíveis a robustos, longevos e caros, dependendo da região e das técnicas de vinificação.
Uva branca versátil, a grillo é usada tanto em vinhos secos e frescos quanto em fortificados como o marsala. A sicília, com sua rica história, geografia diversificada e dedicação à qualidade, continua a surpreender os enófilos em todo o mundo.
Planeta Chardonnay Menfi DOC 2021 Da vinícola Planeta. 100% chardonnay da DOC Menfi, com doze meses em barricas francesas (40% novas). Amarelo dourado. Aroma intenso e rico, com madeira e fruta madura bem casadas, pêssego, creme brûlé, baunilha, notas que lembram uísque. Paladar encorpado, gordo, macio, com 13,5% de álcool e uma ótima acidez para contrabalancear. Imponente. R$ 639,90, na Grand Cru.
Cardilla Nero D’avola 2021 Da vinícola Carlo Pellegrino, elaborado 100% com nero d’avola. Cor rubi entre clara e escura. Aroma de frutas vermelhas e notas florais e de especiarias picantes. Paladar leve e fresco, 13,5% de álcool, taninos e acidez moderados, com uma nota de doçura. Um tinto leve e fácil de beber para o dia a dia. R$ 92,00, na Wine.
Stardust Rosé Edição Aquarius Sicilia DOC 2020 Da vinícola Mondo del Vino, elaborado com nero d’avola. Cor de rosa com reflexos de casca de cebola. Aroma focado nas frutas vermelhas como morango e framboesa com uma nota floral e de especiarias. Paladar leve, macio e fresco, com apenas 12% de álcool, acidez moderada e uma ponta de doçura. R$ 64,90, na Evino.
Publicado em VEJA São Paulo de 30 de agosto de 2024, edição nº 2908.
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