Chopin e champanhe: as semelhanças entre o compositor e a bebida
Saiba por que o músico polonês e o líquido francês são ao mesmo tempo populares e clássicos, simples e sofisticados

Em uma época do ano em que os espumantes explodem em consumo, me permito traçar analogias entre meu compositor e vinho favoritos: Chopin & Champanhe.
O músico polonês partilha de vários traços semelhantes com a bebida francesa. São ao mesmo tempo populares e clássicos, simples e sofisticados. Ambos são essencialmente delicados, diretos, emocionais, sinceros e transcendem tecnicalidades.
A elegância de Frédéric François Chopin (1810-1948) era notória. Alto e magro como uma flûte, com suave gestual ao tocar, vestir impecável, educação refinada e ligação com a nobreza, criou uma imagem de dândi em harmonia com sua música.
A indústria do champanhe sempre cultivou atitude semelhante: apresentação impecável, associação à aristocracia e uma imagem de bom gosto consonante com o conteúdo das garrafas.
Assim como a criação do champanhe só foi viável graças à produção de garrafas de vidro mais grosso, as composições de Chopin só se tornaram possíveis depois que em 1821 Sébastien Érard lançou um novo modelo de piano, com pedais e “escapamento duplo” (que permitia notas repetidas de forma ágil). Chopin foi o primeiro a produzir música realmente feita para os recursos do piano, ao invés de tentar tirar dele uma sonoridade orquestral.
O mesmo se dá com o champagne, que só alcançou sua grandeza quando os vinhateiros da região desistiram de produzir vinho tinto e dedicaram-se a fazem um blanc de noir com borbulhas.

Champagne Charles Collin Classique Brut.
Elaborado com chardonnay e pinot noir, com três anos em sur lie. Dourado claro, perlage abundante. Aroma fresco e frutado, com notas de maçã, pera, abacaxi, fermento, manteiga. Paladar leve, de acidez alta, refrescante. R$ 449,90, na Evino.
Champagne Veuve A. Devaux Cuvée Rosée.
Do produtor Devaux, com 80% pinot noir da região Côtes de Bar, especializada em uvas tintas, e 20% de chardonnay. Fica, no mínimo, três anos com as borras. Rosa claro, aroma de morango. Paladar seco e firme, acidez marcante, boa cremosidade. Tem potencial de guarda. R$ 799,90, na Grand Cru.
Publicado em VEJA São Paulo de 20 de dezembro de 2024, edição nº 2924.
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