Projeto une o grafite à luta pelo fim da violência doméstica
O projeto #TorcidaGraffiti — Graffiti pelo Fim da Violência Doméstica teve início no dia 8 de março, dia Internacional da Mulher, na Ceilândia, em Brasília. A segunda edição aconteceu em São Paulo e até o final de maio deve ser realizado em outras três cidades — Salvador, Porto Alegre e Belo Horizonte —, com a participação […]
O projeto #TorcidaGraffiti — Graffiti pelo Fim da Violência Doméstica teve início no dia 8 de março, dia Internacional da Mulher, na Ceilândia, em Brasília. A segunda edição aconteceu em São Paulo e até o final de maio deve ser realizado em outras três cidades — Salvador, Porto Alegre e Belo Horizonte —, com a participação de grafiteiros envolvidos na causa, exibindo suas pinturas direcionadas à torcida brasileira e ao fim da violência doméstica. A ideia é agregar este movimento de conscientização aos jogos oficiais da Copa do Mundo.
Para encerrar as comemorações do mês da mulher, o Instituto Avon financiou um projeto desenvolvido pela Rede Nami. Juntos, eles organizaram uma importante atividade na Vila Flávia, Zona Leste de São Paulo, com o grande intuito de repercutir o pensamento sobre a violência doméstica contra a mulher através da arte do grafite. Esse evento estreou a campanha e contou com um mutirão de quarenta artistas que deixaram os muros da comunidade mais coloridos com temas da torcida brasileira, a fim de conscientizar para a luta a favor do fim deste tipo de agressão.
Além da ação artística, o evento foi repleto de outras atividades. Entre elas, um concurso para eleger a obra que melhor representar os temas propostos. Como prêmio, uma viagem ao Rio de Janeiro para participar da finalíssima do evento, no dia 12 de junho.
As cidades sede da Copa do Mundo pretendem realizar ações semelhantes, que unam a paixão brasileira pelo futebol e o combate à violência contra a mulher usando o grafite como forma de mobilização.
Em uma entrevista com a Anarkia, grafiteira do Rio de Janeiro que foi uma das organizadoras e artista participante do projeto, pude desfrutar de seu ponto de vista. Eles acreditam que este assunto é delicado e que por muito tempo foi omitido, até por que, para as mulheres que na época sofriam esse tipo de abuso, era uma vergonha confessar — elas se sentiam humilhadas e reprimiam a denunciar por causa do medo.
Algumas meninas mais jovens acreditam que essa é uma situação que nunca acontecerá com elas, outras, sofrem algum tipo de violência, mas não sabem que podem mudar essa realidade ao denunciar. Portanto, esse projeto usa os mecanismos lúdicos para tratar o assunto direcionado principalmente à juventude, abordando as comunidades e usando os recursos online.
O grafite, por si só, alcança um grande número de pessoas, independente de classe social, sexo ou ideais. Ao ser lançado na internet, o tema fica disponível para um publico ainda maior.
Anarkia pensa que em uma época em que a frase “Não vai ter Copa” está em grande destaque em varias partes do país, é necessário realizar ações de melhoria para o futuro do povo brasileiro. Este projeto não é sobre a Copa e sim sobre a torcida brasileira, que possui grande força e, neste caso, torce fortemente para o fim da violência doméstica.
Para todas as cidades que almejam realizar projetos deste segmento, ela deixa o recado: “O elemento principal para que o projeto obtenha sucesso é contar com a força dos grafiteiros que acreditam em um mundo sem a violência contra a mulher e que se interessem, somando na campanha. Em São Mateus, a convite do Grupo Opni, o evento foi um sucesso e os grafiteiros tocaram toda a comunidade com suas mensagens. Teve até retrato da Maria da Penha na nossa torcida!”