Gilmour hipnotiza fãs com clássicos de Pink Floyd e solos de guitarra
A oportunidade de tirar mais uma vez a camiseta velha do Pink Floyd do armário com as duas apresentações de David Gilmour parecia imperdível. E foi. Para os floydmaníacos, o show dessa sexta (11) do guitarrista que fez história na banda britânica foi catártico e cheio — 40 000 pessoas se amontoaram no Allianz Parque. […]
A oportunidade de tirar mais uma vez a camiseta velha do Pink Floyd do armário com as duas apresentações de David Gilmour parecia imperdível. E foi. Para os floydmaníacos, o show dessa sexta (11) do guitarrista que fez história na banda britânica foi catártico e cheio — 40 000 pessoas se amontoaram no Allianz Parque. Quem deixou para retirar os ingressos na hora, por exemplo, chegou a enfrentar mais de meia hora de fila. Ele ainda se apresenta neste sábado (12), às 21 horas, no mesmo estádio.
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Preparar o smartphone, apontar e gravar
Com o ar messiânico e introspectivo (bem característico do último disco Rattle That Lock, deste ano), voz grave e faixas profundas e grandiosas, Gilmour causou êxtase com os solos mais do que decorados pelo público em quase duas horas e meia de apresentação.
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O guitarrista chamou a atenção dos presentes com a instrumental 5 AM e logo lançou a animada Rattle That Lock, ambas do último disco, e levantou a plateia. O coro mesmo veio com a quarta música, com a balada Wish You Were Here. A emoção foi tamanha que logo nos primeiros riffs, os smartphone foram sacados, levados o mais alto possível e colocados para gravar, numa tentativa de registrar a aula de rock para ouvir de novo, de novo e de novo.
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Três tentativas para Money
O show seguiu com outras duas faixas: A Boat Lies Wating, também do último disco, e The Blue, de On an Island (2006). Ambas as canções, melancólicas e profundas, acabaram distraindo o público, que, durante os solos mais longos, aproveitava para conversar, comer ou comprar cerveja. Bastou os sinos da caixa registradora e o tilintar das moedas da introdução de Money projetados no telão ao fundo do palco para que Gilmour hipnotizasse novamente seus seguidores. Antes mesmo de começar a tocar, o som para. O palco está escuro. O artista, então, brinca. “Era para ver se vocês estão prestando atenção.”
Tentativa número dois: cerca de cinco minutos depois, novamente o tilintar das moedas, projeções no telão. Mas foi a banda começar a tocar, parou de novo. Palco todo escuro. Os minutos ficaram mais longos e o público, apreensivo. Com o silêncio, Gilmour tranquilizou a turma. “Acho que descobrimos o problema. Um, dois três e vai”, disse em inglês bem pouco compreensível. E foi, para a felicidade dos quarentões, cinquentões, sessentões que tiraram a noite da sexta-feira para ver um dos mestres do rock.
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Se alguém estava na dúvida se gostou ou não do show, ela foi tirada com as quatro últimas faixas. Run Like Hell foi cantada pelos presentes a todo pulmão e o bis arrebatou qualquer fã: Time emendada em Breathe e para finalizar, Comfortably Numb deixaram o público de queixo caído e sem arredar o pé de dentro do estádio até finalmente acenderem as luzes.