Steven Spielberg resgata o valor do drama shakespeariano em Amor, Sublime Amor
Em cartaz nos cinemas, longa estrelado por Ansel Elgort e Rachel Zegler deve agradar fãs de clássicos musicais
Estamos praticamente em 2022 e a onda dos musicais está longe de passar. No caso de Amor, Sublime Amor, em cartaz nos cinemas, existe, ainda, o resgate de uma obra clássica feito pelo cineasta Steven Spielberg: trata-se de uma história que estreou na Broadway em 1957 e nas telonas em 1961, com Natalie Wood como protagonista.
O tom shakespeariano dita todo o ritmo desta narrativa sobre amor, ódio, preconceito e vingança. Maria (Rachel Zegler) e Tony (Ansel Elgort) se apaixonam perdidamente, mas custam a entender que a relação é proibida por causa de um duelo entre duas gangues de Nova York. Enquanto Maria é irmã do líder dos Sharks, Tony é ex-líder dos Jets. A tensão é crescente, mas Spielberg cria uma fusão entre as ameaças e o romance que transcende o gênero.
Há “pausas” entoadas pelo elenco em momentos-chave, coreografias primorosas, uma participação comovente da atriz Rita Moreno (intérprete de Anita no filme original) e um pano de fundo que aborda a intolerância aos imigrantes.
Além disso, a luta dos Jets e Sharks pelo território em Manhattan se faz presente em um cenário decadente, pois os prédios ao redor estão próximos de ser demolidos para uma nova Upper West Side se erguer. Assim como no clássico, a decadência está em toda parte, mas o sentimentalismo é capaz de trazer brilho nos olhos mais uma vez.
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Publicado em VEJA São Paulo de 15 de dezembro de 2021, edição nº 2768