✪✪✪✪ O protagonista de O Assassino está em um andar abandonado de um prédio de Paris. Ele observa todas as pessoas que passeiam pelas ruas, almoçam em restaurantes e trabalham em hotéis. Porém, seu verdadeiro foco é um homem que chegará em breve à cobertura do edifício em frente.
+Martin Scorsese segue provando que é um presente ainda tê-lo na ativa
Um tiro no alvo e o serviço estaria completo, mas não é isso o que acontece. É a partir de um erro de mira que o filme de David Fincher (Zodíaco, Se7en) começa de verdade. Não que as cenas iniciais não sejam boas – muito pelo contrário: Michael Fassbender enaltece a trama, que é bem básica, desde o primeiro minuto.
Quando ele erra e não entrega o serviço para o contratante que quis um ricaço morto, o espectador passa a acompanhar uma jornada perigosa e extremamente tensa de um assassino de aluguel que precisa se preparar para a retaliação. Exatamente de quem? Nem ele sabe.
O fato de um erro o apavorar mais do que uma missão bem-sucedida dá o tom perfeito para um personagem misterioso, cujo nome de nascimento nunca é divulgado.
Fassbender e Fincher provam ser uma das duplas mais atraentes do cinema em 2023, pois, enquanto o ator irlandês comprova que mergulha de corpo e alma em um projeto, o cineasta reforça que, por mais simples que uma história seja, o segredo é saber a melhor forma de contá-la. Um show de técnica com uma das melhores sequências de ação do ano.
O Assassino estreia na Netflix em 10 de novembro.
Publicado em VEJA São Paulo de 27 de outubro de 2023, edição nº 2865
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