Channing Tatum estreia na direção em Dog – A Aventura de Uma Vida
Longa também protagonizado pelo ator aborda amizade entre ex-soldado e cachorra de guerra
✪✪✪ Channing Tatum é um ator conhecido pelos filmes Magic Mike, Anjos da Lei, Se Ela Dança, Eu Danço e, mais recentemente, pela comédia Cidade Perdida. Mas, além disso, o astro acaba de estrear como diretor de cinema. Em Dog — A Aventura de Uma Vida, já em cartaz, Tatum estrela e também conduz por trás das câmeras a história sensível de um militar e uma cachorra de guerra.
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Quando o ex-soldado Jackson Briggs (Tatum) recebe a notícia inesperada de que um antigo amigo do Exército morreu, consegue a oportunidade para convencer seu ex-comandante a indicá-lo para uma vaga em uma empresa de segurança privada. Briggs sofreu traumatismo craniano e não pode voltar à ativa, mas ainda assim recebe uma missão inicialmente simples: levar Lulu (um pastor belga) ao funeral do soldado, que era seu tutor.
No entanto, a longa viagem de cinco dias não é das mais agradáveis. Lulu possui inúmeros traumas de guerra e reage instintivamente a pequenos movimentos — até mesmo um leve carinho em sua orelha estimula o comportamento violento no animal. O plano é sacrificar a cachorra após Briggs voltar do enterro e, desde o início do longa, há indícios de que o desfecho será emocionante.
Mas a questão que mais chama atenção não é essa: é a de que o ex-soldado também possui suas perturbações após ter atuado por tanto tempo em campo. Ele sofre em silêncio e os dois têm traumas em comum, mas Briggs não enxerga de primeira. Ao longo do caminho, a dupla praticamente enlouquece um ao outro e demora para criar um elo inesperado.
Quando isso acontece, Briggs vê de outra forma as escolhas que o levaram até esse ponto, trazendo uma indagação: “É dessa forma que eu quero levar minha vida daqui para a frente?”. O protagonista passa um bom tempo defendendo o Exército americano (uma demonstração de que o filme tem uma camada pró-guerra), mas, fora isso, Dog é uma boa entrada de Tatum na direção. Há drama e um toque de comédia na medida certa — além de ser belíssimo acompanhar o nascimento de uma amizade a partir da confiança.
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Publicado em VEJA São Paulo de 25 de maio de 2022, edição nº 2790