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Documentário sobre o Woodstock 99 denuncia os efeitos de um festival sem lei

Calor, atos de violência e morte: evento funcionou na teoria, mas não na prática

Por Barbara Demerov
Atualizado em 5 ago 2021, 18h40 - Publicado em 4 ago 2021, 15h49
A imagem mostra o cantor Fred Durst em show durante o Woodstock
Woodstock 1999: um desastre por parte da gestão e do público (Divulgação/Divulgação)
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O documentário Woodstock 99: Peace, Love and Rage, que narra os eventos desordenados ocorridos no festival realizado em 1999 em uma pequena cidade no estado de Nova York, está disponível na HBO Max.

Com a promessa de reviver o significado da palavra Woodstock – o icônico festival regado a paz, amor e música que aconteceu em 1969 -, o evento realizado trinta anos depois não teve o mesmo reflexo. Pelo contrário: foi realmente catastrófico.

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O documentário dirigido por Garrett Price narra as ideias da equipe (que, em teoria, funcionavam) e as consequências fruto da péssima gestão. A começar pelo público numeroso de 400 mil pessoas e a programação musical (de Red Hot Chili Peppers a Korn e Limp Bizkit), o Woodstock realmente tinha tudo para dar certo. Os fãs de música – especialmente do metal, gênero que estava em ascensão na época – lotaram os três dias de evento ao ar livre, mas o que receberam em troca não estava à altura da expectativa.

Os shows não tiveram problemas aparentes, apesar de as histórias de bastidores reforçarem que a gestão do Woodstock 1999 não tomou os cuidados necessários com relação a diversas coisas – especialmente ao calor. Jonathan Davis, vocalista da banda Korn, afirma em depoimento que passou mal logo após sua performance.

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O festival ocorreu em julho, em pleno verão dos Estados Unidos, mas a água custava cerca de U$4,00 e não havia pontos de descanso do sol. As pessoas não tinham muitos banheiros ao dispor, tampouco chuveiros para espantar um pouco o clima seco e extremamente quente. Juntando esses problemas com a aglomeração que se estendia por quilômetros e a falta de segurança, o resultado não podia ser outro.

Ao longo dos dias, a revolta tomou conta do evento, culminando em diversos focos de incêndios durante o show dos Red Hot Chili Peppers. Mas, além da depredação do local, ausência de equipe de segurança, policiais tendo de auxiliar na dispersão do público e o fogo que se alastrou rapidamente, outros tipos de violência ocorreram de forma bruta.

Além de um um jovem ter tido hipotermia e morrido em decorrência do calor, diversas mulheres foram abusadas por homens da plateia sob o pretexto de não estarem vestindo camisetas. Em certos momentos do documentário, as câmeras dos shows flagram homens apalpando os seios de mulheres de diferentes idades, apenas pela diversão. Houveram, também, casos de estupro que não foram totalmente denunciados na época, seja por medo ou pela ineficiência da polícia em encontrar os criminosos por falta de testemunhas. Tudo isso aconteceu durante as performances de rock ao longo dos três dias, sob a fachada de um evento pacífico.

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No entanto, além de apresentar todos os elementos técnicos e logísticos que fizeram com que o evento fosse tão trágico, Woodstock 99: Peace, Love and Rage também se propõe a fazer a seguinte reflexão: se as pessoas tivessem mais respeito umas pelas outras, o resultado negativo seria inegavelmente menor.

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