Após ser reconhecida como uma das maiores vilãs da Disney ao longo das décadas, Cruella de Vil agora possui uma história de origem para chamar de sua. Se a mulher que outrora sequestrava dálmatas para criar casacos de pele não era digna de compaixão, a nova adaptação de seu arco narrativo busca fazer o contrário: humanizá-la. E tal escolha funciona.
Cruella, que já está em cartaz nos cinemas e no Disney+ no formato Premium Access (com custo adicional de R$ 69,90), alcança a proeza de entreter e entregar um senso de novidade. Dirigida por Craig Gillespie e estrelada por Emma Stone, a produção apresenta capricho visual das maiores às mínimas proporções, além de uma originalidade surpreendente — visto que o universo de Cruella já é popular.
A partir da dedicada atuação de Emma (vencedora do Oscar por La La Land) até abordar o pano de fundo da vilã — ou melhor, anti-heroína — e chegar aos detalhes de cada figurino, Cruella apresenta uma personagem repleta de sentimentos e camadas. No filme, que se passa em Londres, nos anos 70, conhecemos a jovem Stella antes dos traços condenáveis de sua persona virem à tona.
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Por isso é justo dizer que os holofotes estão bem divididos. Há equilíbrio entre sua sede de vingança (relacionada à Baronesa, interpretada por Emma Thompson), as criações de designs de moda e as sequências em que planeja roubos com os parceiros Horácio (Paul Walter Hauser) e Jasper (Joel Fry). Divertido, Cruella é uma grata surpresa que não abre espaço para a uniformidade.
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Publicado em VEJA São Paulo de 02 de junho de 2021, edição nº 2740