‘Berlim’ mira em fãs de ‘La Casa de Papel’ com enredo ultrapassado
Baseada na bem-sucedida série espanhola, nova produção da Netflix explora passado de ladrão de bancos
✪✪ Apesar de um roteiro apressado e as mesmas fórmulas usadas em La Casa de Papel (2017-2021), o novo spin-off Berlim ainda deve conquistar os mais fãs da estrondosa e bem-sucedida produção espanhola. Na nova versão, o ator Pedro Alonso retoma o papel de ladrão de bancos em acontecimentos que antecedem os crimes da série original.
Em Paris, ele conduz uma equipe de criminosos ao arquitetar um plano para se infiltrar no cofre de um banco e roubar jóias preciosas avaliadas em mais de 40 milhões de euros.
Embora tenha sido considerado um dos personagens favoritos na série anterior, Berlim está longe de ser o protagonista ideal para uma nova história: o ar galanteador do egocêntrico psicopata não é suficiente para sustentar a produção, mas ganha fôlego apoiado nos personagens secundários e na adrenalina causada pelas típicas cenas de roubos engenhosos.
A tentativa de humanizar o criminoso é uma rota duvidosa, pois ignora a chance de mostrá-lo como realmente é: alguém com tendências no mínimo desumanas. Não seria a primeira vez que um vilão cruel cativa a atenção e confiança do público, mas nesse caso Berlim é retratado por perspectivas mais amenas e superficiais em um enredo que se baseia em coincidências inverossímeis e cenas descoladas feitas para entreter.
Publicado em VEJA São Paulo de 2 de fevereiro de 2024, edição nº 2878