Resignifique-se: a arte ao lado da saúde e bem-estar
Rafael Araujo, fundador e CEO da Dioniso.Ag, fala sobre a arte como uma poderosa aliada no processo terapêutico
Botar pra fora, se expressar e deixar fluir são formas de ampliarmos a percepção dos nossos sentimentos. O simples fato de manter contato com artes visuais, filmes, séries, livros, entre outras expressões culturais, ajuda a lidar com as tristezas, alivia a sensação de solidão e diminui os níveis de estresse. Em outras palavras: seja aos quais se expressando ou contemplando, a arte é uma poderosa aliada no processo terapêutico e através dela podemos encontrar novamente o nosso eixo.
A depressão e a ansiedade atingem milhões de pessoas no mundo hoje. Quando a saúde mental ganhou a proporção devida, em decorrência das consequências da pandemia, os tratamentos foram aprimorados e o tema ganhou mais notoriedade, vencendo também a barreira do preconceito. Nesse sentido, as atividades artísticas passaram a ser mais usadas para ajudar no tratamento de estresse rotineiro, sentimentos de solidão e ansiedade.
Reconhecida como recurso terapêutico, a arte também é forte aliada para nos conectarmos mais com os processos de autoconhecimento, autoestima e tranquilidade. Desde o nascimento até o fim da vida, a arte influencia a nossa saúde física e mental, provoca alterações nas ondas e no ritmo cerebral, estimulando assim nosso sistema límbico e provocando emoções.
A prática de atividades artísticas ou até mesmo a contemplação de uma obra de arte no dia a dia desenvolve a atenção, o estado de consciência, o controle emocional e os outros benefícios já citados.
Há inúmeras possibilidades que podem ser praticadas para quem busca essa alternativa como tratamento terapêutico ou um simples recurso para “voltar ao eixo” em meio a um dia estressante. O grafite, a pintura, o teatro, a literatura, o cinema, a poesia, a dança, a música e tantas outras possibilidades são alguns exemplos aos quais as pessoas podem recorrer nesse processo.
A arte não é baseada em paradigmas, então não há uma definição única. Há muitas formas de sentir e entender a arte.
Para isso, basta permitir que seus sentidos sejam estimulados e, claro, escolher quais emoções você deseja estimular. Isso, com certeza, irá ajudar (e muito) na escolha de qual expressão artística se conectar. É como frequência de rádio: cores mais vibrantes para elevar a energia, uma melodia mais suave para trazer tranquilidade, e por aí vai.
Gostou da ideia mas não sabe por onde começar? Pare dois minutos do seu dia e observe os tons, as cores presentes em uma pintura ou até mesmo no céu. O que isso te provoca? Que sensações ou sentimentos despertam? Hoje em dia temos tantos murais na cidade que até mesmo eles podem se tornar a nossa feliz dose de arte.
Rafael Araujo é fundador e CEO da Dioniso.Ag (@dionisioarte), um hub de inovação artística.
A curadoria dos autores convidados para esta seção é feita por Helena Galante. Para sugerir um tema ou autor, escreva para hgalante@abril.com.br.
Publicado em VEJA São Paulo de 23 de agosto de 2023, edição nº 2855