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Saúde, bem estar e alegria para os paulistanos
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Pequenos e essenciais prazeres da vida adulta

Paula Lima conta sobre os momentos simples de reenergização na pandemia e acredita que a saudade serve para nos lembrar que este momento irá passar

Por Helena Galante Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
14 Maio 2021, 06h00

Há um ano estamos longe de muitos que amamos, impossibilitados de seguir com o trabalho da forma que éramos acostumados. O coração aperta, a saudade aumenta.

Com tudo o que vivemos, comecei a valorizar ainda mais a existência de gente que importa. Também passei a reconhecer os deliciosos prazeres da vida, encontrar alegria na rotina. Quando estou em casa, agradeço o teto, o aconchego, a comida, a tecnologia, a arte. O simples se tornou paz em meio ao caos.

Os encontros que tenho com o meu sobrinho e afilhado Enrico, que amo de paixão, tiveram um hiato por causa da pandemia. Conviver com ele era costumeiro, o que fez com que o reencontro fosse mais que especial. Apesar de todos os cuidados, os momentos agora são sempre cheios de amor — de máscara e muito álcool em gel.

Esses encontros são tão mágicos que acabo sempre em estado de total graça e felicidade. Ele fez 4 anos, tem uma energia linda, é muito inteligente, gente fina, feliz.

Quando chega o nosso dia, jogamos bola. Ele faz 31 gols e eu três. Também fazemos bolo (e ele fala “que massa linda!”, toda vez), assistimos à Peppa, ele me conta sobre a escola, quer saber do alfabeto e já escreve o próprio nome. Ele me faz rir, tem um humor singular! Mostro fotos da vovó novinha na praia, do vovô na primeira comunhão, da mãe da vovó, do papai na escola, e ele pergunta tanta coisa, entende tudo. Às vezes, penso sobre o que nos foi tirado, mas também sobre o que pude ganhar.

Acho que felicidade também é isso, estar vivendo um momento e não pensar em nenhum outro. Estar pleno e completo com o presente e o que está sentindo. E nada pode ser melhor do que isso.

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Sobre outra parte da vida, tenho muitas coisas ainda por fazer. Por incrível que pareça, o tempo se desorganizou em relação à arrumação dos armários, por exemplo. E tenho os meus trabalhos que me dão muito prazer. Tenho sorte de trabalhar com a arte, o que me salva. O Chocolate Quente, meu programa de rádio, é um dos meus orgulhos — onde propago a sonoridade da black music. Aproveito para contar histórias de sons negros nacionais e internacionais que me inspiram, e tenho certeza que inspiram os ouvintes.

Também escrevo e canto muito — em shows corporativos, lives, ou pra mim mesma. Faço quase tudo de casa. Pela pandemia, cuido de mim e de quem está próximo. Só saio por uma real necessidade.

Para me manter sã, comecei a fazer pilates, voltei a estudar piano, tenho visto séries e filmes incríveis, faço um bolinho ou outro e visito meus pais uma vez por semana. Tudo isso me reenergiza, me dá prazer, alegria e um senso de benfeitoria para a minha saúde física e mental.

Sinto imensa saudade do nosso mundo, do palco, do movimento nos shows e uma saudade ainda maior do público. Vou matar essa saudade de todas as formas assim que possível e de maneira intensa. Apesar da angústia pelo que estamos passando, tenho meus momentos de felicidade e gratidão pelas possibilidades e pequenas alegrias da vida adulta.

A saudade se tornou a amiga que me lembra constantemente que isso vai passar e que a felicidade não é estar, mas ser.

Desejo que logo mais possamos usufruir plenamente dos nossos prazeres, possamos fazer lindas escolhas, conviver com a liberdade e, principalmente, amar e rir muito presencialmente com os nossos amores.

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A imagem mostra um retrato inteiro de Paula, com ela rindo para câmera.
Paula Lima: “o simples se tornou paz em meio ao caos.” (Lucas Fonseca/Divulgação)

Paula Lima (@paulalima) é cantora, compositora e apresentadora do programa Chocolate Quente. Sente saudade do palco e do público, mas aprendeu que é possível preservar a sanidade mantendo acesa a vontade de aprender. Arranja tempo para quase tudo, só falta arrumar os armários.

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Publicado em VEJA São Paulo de 19 de maio de 2021, edição nº 2738

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