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Filósofa aborda o poder da esperança na condição humana

Para Lúcia Helena Galvão, nada pode impedir que o homem torne-se um ser nobre, justo e bom

Por Lúcia Helena Galvão em depoimento a Helena Galante
Atualizado em 18 nov 2023, 11h49 - Publicado em 17 nov 2023, 06h00

A verdadeira esperança está relacionada a sonhos, ideais, a enxergar e viver o futuro no presente. Torna-se acessível a outras pessoas por meio do exemplo: propague-a! Em breve, muitos acreditarão na luz porque verão através dos seus olhos. Muitas pessoas acreditarão e terão esperanças na humanidade porque a veem através de você: sempre foi assim na história.

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Grandes homens, como Cristóvão Colombo, acreditaram que a Terra era redonda e que, se continuassem navegando, dariam a volta ao mundo. Muitas pessoas enxergaram através de seus olhos. Hoje, está comprovado, todos veem. Mas ele viu primeiro para que outros pudessem ver. Ou seja, antecipou a visão que um dia foi compartilhada pela humanidade e muitos viram através dele. E estes que veem pelos olhos dos idealistas acabam aprendendo a ver por conta própria. Platão costumava dizer algo como: a melhor coisa que você pode fazer pelas pessoas que ama é crescer; assim, você dá a elas um exemplo de que isso é possível. Um homem que tem esperança na condição humana, num momento em que todos duvidam, ajuda todos a terem essa esperança. E este é um momento difícil para ter esperança no ser humano.

É quase heroico propagar esperanças; para isso, você precisa ter esperança em si mesmo. Não há nada melhor para
oferecer à humanidade do que esperança na humanidade. Mas, para fazê-lo, é preciso enxergar o
resultado como algo possível e real: vamos encontrá-lo! E, de certa forma, devemos viver como se esse momento fosse agora. A esperança é um empréstimo que pedimos para a felicidade. Quem fez história fez isto: antecipou um futuro distante que só eles poderiam ver para que todos pudessem enxergar através deles. A verdadeira esperança é visão, inteligência, ação, vontade e vida compartilhada; é amor, enfim.

Esses atributos de vontade, amor e inteligência são considerados as virtudes por excelência no mundo manifestado. Você já percebeu que na teologia e na filosofia há sempre uma trindade, uma tríade? Três é um número sagrado. Sempre foi considerado que a unidade, o espírito divino, se manifesta no universo através de três atributos ou personagens. Então há a trindade egípcia, a trindade indiana, a trindade persa, a trindade cristã. Existem também as trindades filosóficas, como esta: as três grandes virtudes que movem a história, que são a vontade, o amor e a inteligência. E a esperança canaliza todos os três. A vontade de poder chegar lá é acreditar na humanidade e realizar em você, como referência, aquilo que você sonha que todos realizem em si. Seja você a mudança que espera no mundo. Seja capaz de dar fôlego à esperança das pessoas. Comprometa-se com suas esperanças. Devemos intuir, acreditar, construir e ver. Olhe por cima do muro de suas aparentes limitações.

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Podemos acreditar na natureza humana apesar das circunstâncias sombrias em que vivemos; podemos acreditar em nós mesmos. Os seres humanos darão frutos humanos porque a natureza nos criou para isso: é inexorável. E, se acreditarmos, vai mais rápido. A esperança é a expectativa de nos realizarmos como seres humanos, sendo cada vez mais virtuosos, corajosos e sábios. A natureza espera isso de nós, e acho que o momento atual é propício para recuperarmos essa noção.

Cansamos de ver frases deste tipo nos jornais: “Não temos mais esperança. Perdemos a esperança”. Como? Quem roubou suas esperanças? A esperança não é algo que possa ser roubado. Então, o que você tinha não era esperança, era falsa expectativa, porque a verdadeira esperança não pode ser tirada de você. O único ser que pode tirar isso de você é você mesmo. Se não há esperança, há desespero, pânico, e, então, tudo está perdido.

Quando tenho uma sementinha na mão, tenho certeza de que, mais cedo ou mais tarde, ela será uma planta que fará a fotossíntese, porque essa função já está prevista ali dentro. É o futuro, é o que a natureza espera dela. Assim, eu tenho esperança de realização, de desenvolvimento do que está dentro de mim. Sinto em mim o potencial de uma humanidade que um dia será mais justa e fraterna. Nada nem ninguém pode impedir que um ser humano, ao se desenvolver, torne-se um ser nobre, justo e bom, com valores, virtudes e sabedoria.

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Lúcia Helena Galvão é filósofa, professora, escritora, poeta, palestrante e voluntária há 34 anos na organização Internacional Nova Acrópole do Brasil, onde atua ministrando aulas e palestras sobre diversos temas ligados à filosofia à maneira clássica. (Divulgação/Divulgação)

 A curadoria dos autores convidados para esta seção é feita por Helena Galante. Para sugerir um tema ou autor, escreva para hgalante@abril.com.br.

Publicado em VEJA São Paulo de 17 de novembro de 2023, edição nº 2868

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