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Mestre em meditação, Satyanatha reflete sobre as metáforas da vida

O autor assina o texto 'A lama e a luz'

Por Satyanatha
Atualizado em 8 fev 2019, 06h00 - Publicado em 8 fev 2019, 06h00
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  • A lama corre, bruta e feroz, uma onda alta, um vagalhão. Destrói o que há: árvores, casas, sonhos, planos, pessoas e vidas. Ela é indiferente a todos e a tudo, sem discernimento e sem compaixão. A lama é também fria e suja, cheia de tudo aquilo que acumulou no caminho, sem desapego algum, viscosa e opaca, levando tudo e revelando nada. A metáfora é clara e inevitável.

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    As mesmas palavras usadas para descrever a lama destrutiva servem para falar das ações e do coração daqueles que causaram o rompimento, seja por omissão, seja por ambição. Uma barragem se rompe e não contém o que deveria segurar; da mesma maneira, houve pessoas que não se contiveram, sem autocontrole ou disciplina, deixando que fluísse nelas aquilo que havia de mais escuro e questionável, com resultados terríveis.

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    A vida é uma rica metáfora. Quem se observa, no caminho do autoconhecimento e na busca de ser melhor, descobre que há uma relação entre o que vibra em nós e o que existe fora. Encontrar a luz em si repercute, necessariamente, em trazer algo de bom à vida. O meditador fica recluso ao começar, mas é essencial que volte — porque o que encontrou de belo em si será expressado em cada decisão e atitude. O concreto revelará o sutil.

    Uma pessoa de casa bagunçada tem quase sempre uma cabeça fora de ordem, cheia de ideias e pensamentos. Quem tem os músculos pesados, duros e doloridos é, quase sempre, uma pessoa rígida. Quem se esforça para ouvir respeitosamente outras pessoas também aprendeu a escutar a voz interna da sua intuição. Tornamos visível um retrato daquilo que há de invisível em nós: formado pelas nossas intenções, prioridades e valores. A vida é um livro, aberto para quem o sabe ler. Nem tudo é metáfora, mas às vezes uma metáfora é tudo.

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    Uma meditação simples: feche os olhos, sentado confortavelmente. Sinta a respiração, e aprofunde-a até o corpo relaxar. Encontre a sua mais intensa vontade de ser melhor e então deixe que ela se espalhe por você, em cada ideia e ação, do corpo à alma

    Quando é difícil olhar para dentro, podemos encontrar pistas observando com delicadeza a vida, que é um espelho. Símbolos têm mais força em nós do que fatos, porque ecoam no inconsciente. Ouvi, há poucos instantes, uma coruja piando seu inconfundível som. Na cultura antiga, ela representava a sabedoria — mas não a inteligência. Essas duas são completamente diferentes na visão oriental e na meditação.

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    A vida que fala comigo através da coruja tem razão: a lama veio mesmo pela falta de sabedoria. A inteligência é ativa: ela faz, encontra, resolve. Para cada problema, traz uma solução; para cada pergunta, encontra a objetiva e clara resposta. Insiste e investiga até o fim, afunilando a perspectiva, reduzindo tudo a uma meta. A sabedoria é diferente. Abrangente, ela é amorosa: ela tudo toca e tudo considera. Quais as consequências, quem está envolvido, como incluir todos? A sabedoria pondera como se relacionam os milhares de estrelas construindo o céu — e a inteligência investiga absolutamente tudo sobre uma só delas. Ambas são certamente úteis. Nenhuma é melhor do que a outra. Mas em muitos tristes casos sobra inteligência e falta sabedoria em nossa sociedade hiperativa e ansiosa.

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    A humanidade é poderosa e tem impacto. Você também: cada atitude sua importa, inevitavelmente; ela ecoa e repercute, mas será uma expressão do seu interior. Por isso eu medito: busco a sabedoria, a inteligência bem aplicada, a luz em mim, a compaixão por tudo e a decisão de transformar a vida. Você está convidado: só sendo pessoas melhores é que vamos melhorar o mundo.

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    (Arquivo pessoal / Reprodução/Veja SP)

    Satyanatha sabe que a essência é mais importante que a aparência; que a energia precede o que ocorre na matéria; e que amar é uma grande responsabilidade. Tornou-se mestre em meditação e é autor do app Vivo Meditação. Seu perfil no Instagram é @satyanatha

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    Publicado em VEJA SÃO PAULO de 13 de fevereiro de 2019, edição nº 2621.

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