A receita de felicidade de Abilio Diniz aos 83 anos
"Acredito que o mundo vai sair mais solidário desta pandemia", escreve o empresário
SENSIBILIDADE AO ENTORNO
Minha principal meta sempre foi ser feliz. Mas tem duas coisas que são diferentes: ser feliz e estar feliz. Eu sou um cara feliz, mas no momento é difícil estar feliz quando se vê a quantidade de gente sofrendo em volta. Tenho muita sensibilidade para a alegria e o sofrimento dos outros.
AJUDAR FAZ BEM
Neste momento, o que me faz feliz é ter capacidade de ajudar as pessoas. Sou um otimista incorrigível. Acredito que o mundo vai sair mais solidário desta pandemia.
TRILHA SONORA
Tem uma música do Gonzaguinha que diz: “Viver e não ter a vergonha de ser feliz, cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz”. Sempre quis aprender e compartilhar, é meu propósito. É por isso que escrevo aqui e fico feliz quando posso mostrar aos meus alunos como ser um bom líder.
+Assine a Vejinha a partir de 6,90
PLENITUDE A LONGO PRAZO
Há muito tempo estudamos maneiras de ser feliz e ter longevidade. Mas se você não está feliz, não vai valer a pena ter uma vida longa. Busco aproveitar os momentos, estou vivendo hoje, aos 83, os melhores anos da minha vida.
CUIDADO FÍSICO E MENTAL
Sempre fui um atleta. Hoje não exatamente como há vinte anos, mas sigo me exercitando todos os dias. tenho seis filhos. A mais velha tem 59 anos, o pequeno tem 10. Esse gap me obriga a andar para a frente. Trabalho minha vida em pilares: atividade física, alimentação, controle do stress, autoconhecimento, espiritualidade e fé e amor. Precisamos nos conhecer, entender o que nos deixa tristes ou contentes.
COMEDIMENTO
Tem muita gente que olha para mim e pensa: “O que esse cara come? Para ele é fácil, só gosta de salada”. Mas não. Eu gosto de tudo que as pessoas gostam, mas não como feijoada no almoço, lasanha no jantar todos os dias. Você não precisa ser o Abilio, mas pode olhar com mais cuidado para a alimentação.
+Assine a Vejinha a partir de 6,90
STRESS BEM-VINDO
Para mim, uma vida sem stress não vale a pena ser vivida. O importante é incorporar hábitos que permitam trazer mais equilíbrio. Se eu pensar que sou um entre 7 bilhões, não sou ninguém. Mas não dá para pensar assim. Cada um é único. Podem substituir o que você faz, mas não aquilo que você é. Temos de pensar o que viemos fazer nesta vida.
AUDIÇÃO ATENTA
Ouvir histórias dos outros é como ler um livro. Quando conheci a empresária Zica Assis, por exemplo, aprendi com ela a vencer dificuldades. Ela morava em um barraco de poucos metros quadrados e foi subindo degrau por degrau, até fundar o instituto Beleza Natural. É disto que as pessoas gostam: aprender com as histórias dos outros. Eu quero seguir aprendendo sempre.
Abilio Diniz, 83 anos, é presidente do conselho de Administração da Península Participações, professor do curso de liderança e gestão da FGV e criador, junto com sua esposa, Geyze, do Plenae (@portalplenae), um hub sobre qualidade de vida que acaba de lançar um podcast homônimo com histórias para refletir.
Publicado em VEJA SÃO PAULO de 5 de agosto de 2020, edição nº 2698.