Felicidade é também gostar das segundas-feiras
Fundadoras da Holistix se dedicam a criar bons hábitos para alcançar a felicidade
Wellness, bem-estar, felicidade: o que de fato significa ser saudável, estar bem? Que desejos concretos estão verdadeiramente por trás destes termos — que já enfrentam um certo esgotamento de significado?
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Como incansáveis perseguidoras de uma vida que vale a pena ser vivida todos os dias (e não só aos fins de semana), nós, Nicole e Nathalia, gostaríamos de te convidar a refletir: o que é este equilíbrio que tanto buscamos? Entre planilhas, tarefas e muito suor, é o que nos perguntamos (e trabalhamos por) todos os dias.
Temos uma importante certeza em comum: saúde vai muito além do prato de salada. Essa conclusão veio das trocas com muitos especialistas, mas a grande verdade é que simplesmente somos prova viva disso.
Mesmo do alto do nosso privilégio, foram as mudanças bruscas, separações traumáticas e burnouts assustadores as experiências que abriram nossas cabeças e caminhos. E a virada aconteceu: nossa dor virou combustível. E uma empresa nasceu.
A gente aprendeu que saúde não é uma caixinha isolada. Não é uma gaveta que se abre quando a ginecologista pede exames de rotina ou quando um susto atrapalha nossos planos. Saúde não é o que a gente vive uma vez por ano, mas sim como a gente decide viver absolutamente tudo, diariamente.
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E é pra isso que trabalhamos: para nos incentivar a colocar os óculos do “quais as melhores escolhas que eu posso fazer por mim (e pela minha saúde física, mental e sexual) hoje?”, seja ao entrar em mais uma reunião ou decidir como vamos falar com nossos filhos.
É fato que (ainda) vivemos tempos desafiadores. A pressão por sermos multimulheres, saradas, produtivas e fortes não passou. E agora, além de tudo, ainda queremos estar plenas (seja lá o que isso queira dizer). Spoiler: não vai dar pra ser tudo, já não está dando pra abraçar o mundo.
Mas como ouvimos das nossas terapeutas: realmente não dá pra se ter tudo, mas dá pra se conhecer o suficiente para identificar o que (realmente) se quer.
De repente você quer ser mãe, de repente não. Talvez você queira abraçar aquele emprego incrível, talvez — hoje — ainda não. E aí o tal do equilíbrio passa a ser gerenciar (apenas) os pilares que a interessam neste momento da sua vida. E não todas as possibilidades que o mundo moderno nos oferece (ou impõe) embaladas pelo discurso do propósito (outro termo um tanto quanto gasto).
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Os tais dos mini-hábitos que propomos às pessoas são a prática diária dessas grandes escolhas que precisamos fazer e, claro, rever quando necessário. O que decidimos abraçar hoje convida a um novo questionamento: o que eu preciso pra chegar lá? E, aí, corpo e mente passam a ser ferramenta para algo maior do que a estética ou cumprimento de tarefas corriqueiras. Passam a ser veículo para se conquistar tudo (o que se quer, lembre-se).
Se seu objetivo é criar seu próprio negócio, ter mais foco é como você vai construir esse sonho no dia a dia. Se ter momentos de qualidade com a sua família em um domingo qualquer é o que você busca hoje, repensar, por exemplo, o que você bebe no sábado à noite é o que vai te ajudar, na prática, a chegar lá.
Raspar a língua por dez segundos não vai mudar a sua vida, assim como tomar cúrcuma todos os dias de manhã não vai fazer nenhum milagre. Mas se você criou uma rotina em que essas ferramentas fazem parte, arriscamos dizer que esses pequenos rituais tendem a puxar outros cada vez melhores e maiores. São os primeiros passos de uma jornada cheia de autodescobertas.
Depois de mais de uma década em carreiras tradicionalíssimas, no mercado financeiro e multinacionais, percebemos que as nossas intensas horas de expediente não refletiam o dia a dia que queríamos ter. Mas não se engane: não é de tempo livre e períodos sabáticos do que se alimenta nossa ambição.
É por aprendizado, crescimento (profissional e pessoal, se é que podemos dividi-la) e vontade de incentivar cada vez mais gente e ter rotinas saudáveis, dentro e fora das nossas casas, que levantamos.
Bem-estar para a gente é ver sentido em acordar todos os dias. Felicidade para nós é gostar, também, das nossas segundas-feiras.
A curadoria dos autores convidados para esta seção é feita por Helena Galante. Para sugerir um tema ou autor, escreva para hgalante@abril.com.br
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Publicado em VEJA São Paulo de 21 de setembro de 2022, edição nº 2807