A importante jornada para aceitação, empatia e diversidade
Para a escritora peruana Jacqueline Shor, falar sobre nossos defeitos, falhas e imperfeições é algo libertador
À medida que caminhamos pela vida, percebemos que encontrar a verdadeira felicidade é uma busca constante. Muitas vezes negligenciamos a importância da aceitação, da empatia e da diversidade no nosso dia a dia, sem ao menos ponderar que elas podem ser elementos-chave a nos levar a uma vida mais feliz.
A aceitação é um ponto de partida essencial. Em um mundo repleto de expectativas e padrões, muitas vezes lutamos para nos aceitarmos. No entanto, quando cultivamos essa aceitação, damos o primeiro passo em direção a uma vida mais feliz. É libertador aceitar e falar sobre nossos defeitos, falhas e imperfeições, além de entender que somos seres humanos em constante evolução, com potencial para crescimento e mudança.
E, da mesma forma que aceitamos nossos defeitos, precisamos fazer isso com os dos outros. Cada pessoa tem uma história e lutas internas e, quando abraçamos a diversidade e a singularidade de cada indivíduo, abrimos portas para a construção de relacionamentos autênticos e enriquecedores. Ao invés de julgar e rejeitar, aprendemos a valorizar as diferenças.
Mas um ponto importante é que essa aceitação precisa andar lado a lado e acompanhada pela empatia. Ou seja, ter a capacidade de se
colocar no lugar do outro e compreender suas emoções e necessidades. É um exercício de compaixão e entendimento genuíno e, quando nos esforçamos para entender a jornada emocional dos outros, criamos conexões mais profundas e significativas. A empatia nos encoraja a ouvir ativamente, a oferecer apoio e a sermos solidários nos momentos difíceis.
Aqui está o ponto crucial: a empatia e a aceitação devem andar de mãos dadas com a diversidade. Por meio dela, somos desafiados a expandir nossos horizontes, a questionar nossas crenças e a abraçar novas perspectivas. Essa riqueza de experiências nos torna mais abertos, tolerantes e respeitosos uns com os outros, independentemente de sua origem, gênero, religião ou orientação sexual.
Quando unimos essas três coisas (a aceitação, a empatia e a diversidade), construímos uma sociedade mais inclusiva, onde todos têm a oportunidade de florescer, onde as pessoas se sentem valorizadas, compreendidas e aceitas.
Portanto, convido você a abraçar a aceitação, a praticar a empatia e a celebrar a diversidade. Essa jornada pode começar dentro de nós mesmos, ao abraçarmos nossa própria humanidade e valorizarmos nossa singularidade. À medida que nos tornamos mais compreensivos e receptivos às diferenças, podemos estender essa mentalidade a todos ao nosso redor, criando um impacto positivo no mundo.
Lembre-se de que a felicidade não é um destino final, mas, sim, uma jornada contínua. E, nela, a aceitação, a empatia e a diversidade são os pilares que nos guiam em direção à verdadeira felicidade. Vamos caminhar juntos, compartilhando amor e respeito, enquanto
construímos um futuro mais brilhante para todos.
Jacqueline Shor (@jacquelineshor) é uma escritora peruana naturalizada brasileira, que lançou em junho o livro Os Chocolix: Uma Aventura no Aquário, segundo título baseado na série sobre uma família de doces coloridos Os Chocolix (2018), presente em mais de sessenta plataformas, inclusive no Youtube. A obra ensina aos pequenos leitores conceitos como amizade e respeito às diferenças.
A curadoria dos autores convidados para esta seção é feita por Helena Galante. Para sugerir um tema ou autor, escreva para hgalante@abril.com.br.
Publicado em VEJA São Paulo de 28 de junho de 2023, edição nº 2847.