Dom Quixote paulistano? Musical traz visão crítica sobre formação da cidade
Peça da Dona Mirna Cia. de Arte faz temporada gratuita por teatros municipais e transporta o universo de Miguel de Cervantes à realidade de São Paulo
Com temporada gratuita em teatros municipais, o musical Dom Quixote de La Sampa e a Máquina do Tempo, da Dona Mirna Cia. de Arte, transporta o universo da cavalaria de Miguel de Cervantes para a realidade paulistana. Dois catadores, Dom Quixote (Yuri Garcia), um idoso sonhador, e a menina Sancha Trampa (Carol Honorato), empurram uma carroça feita de carrinho de supermercado e outras bugigangas pela capital.
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Essa parceria, que faz referência à dupla do clássico espanhol, fica ainda mais forte quando é conhecido um propósito em comum: impedir que mais um parque vire um condomínio de luxo. Para isso, os dois constroem uma máquina do tempo a partir da carroça e viajam pela história para frear o início da urbanização. Passam por importantes momentos da formação de São Paulo, como o grito de Independência às margens do Ipiranga e a Semana de Arte Moderna. A grande reflexão do espetáculo, no entanto, está nos Bandeirantes, adorados inicialmente por Dom Quixote, mas que depois ele descobre serem bem menos bonzinhos do que parecem. Rec. a partir de 8 anos. (90min).
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Teatro Arthur Azevedo. Avenida Paes Barros, 955, Alto da Mooca, ☎ 2604-5558. ♿ Sáb. e dom., 16h. Grátis. Até 29/5. donamirnaarte.com.br.
Publicado em VEJA São Paulo de 11 de maio de 2022, edição nº 2788