Os homens que não amam as mulheres, se amam?
Amor, cuidado, empatia e vulnerabilidade não são virtudes femininas: são virtudes humanas
Se existe algo que a ciência, a filosofia e a antropologia repetem há décadas, e que o senso comum patriarcal insiste em negar, é que amor, cuidado, empatia e vulnerabilidade não são virtudes femininas. São virtudes humanas.
Negar isso só produz homens emocionalmente mutilados, afetivamente incapazes, que confundem poder com sexo, posse com vínculo, brutalidade com força.
Homens que medem afeto pela régua do quanto uma mulher consegue suportar: dor, humilhação, abuso… e ainda permanecer ao lado deles. Vivemos uma epidemia de homens que não amam porque foram treinados para não sentir.
Reproduzem contra as mulheres o mesmo afeto distorcido que receberam: um amor condicionado, competitivo, hierárquico. É a masculinidade hegemônica, amores! Ferida e devolvendo ao mundo a violência que aprendeu a chamar de força de “ser alfa”.
E então, eles falham. Porque homens e mulheres se parecem muito mais do que diferem. Mais de 90% das distinções atribuídas ao feminino e ao masculino não são biológicas, mas culturais, ensinadas, encenadas. Logo, podem, e devem, ser desensinadas.
O problema nunca foram as mulheres. O problema é a incapacidade de alguns homens olhar para a própria sombra, para o próprio desejo, para a fragilidade que existe sob todas as camadas de performance. E olhar para si de um jeito mais gentil, entendendo-se humanos.
Enquanto não encararem isso, nada mudará. bell hooks dizia que “o amor é a vontade de estender-se em benefício do crescimento espiritual do outro”. Mas muitos homens só aprenderam um amor invertido: o que exige que a mulher se encaixe num roteiro, numa lista, num manual criado por outros homens igualmente feridos.
Precisamos de uma sociedade que resgate semelhança, não diferença; que reconheça que o amor, o sexo e o afeto não se fazem contra ninguém, mas com alguém.
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