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After party: quando o show termina, mas a cultura começa

De Travis Scott na Audio ao Bombar no Rio Vermelho, os afters deixaram de ser bastidores improvisados e viraram laboratórios culturais

Por Monique Evelle
5 out 2025, 08h00
Travis Scott no The Town 2025: show neste sábado (6)
Travis Scott no The Town 2025 (Gareth CatterMole/Divulgação)
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A cena se repetiu duas vezes em setembro. Primeiro, no The Town, quando Travis Scott transformou a cidade da música em um terremoto coletivo. Depois, horas mais tarde, quando a multidão se deslocou até a Audio, na Barra Funda. Ali, o espetáculo continuava, mas em outra chave: sneakers dividiam espaço com copos de gin, DJs costuravam batida, e quem ficou até o fim saiu com a sensação de ter participado de algo secreto.

Diferente de Travis, que assinou seu próprio after, os encontros pós-show de Lauryn Hill e Burna Boy nasceram do público. No Cine Joia, fãs assumiram a função de manter a noite acesa. Sem line-up oficial, sem artista no comando, sem patrocínio de marca. Apenas o desejo coletivo de não deixar a energia terminar com as luzes do festival.

Essa transformação não acontece só em São Paulo. Em Salvador, vemos o mesmo movimento em espaços como o Bombar, no Rio Vermelho, que já foi palco de inúmeros afters de artistas que passaram pela capital baiana e decidiram formar ali uma comunidade fiel. Foi o caso do rapper BK’, que transformou o espaço em ponto de encontro de fãs e curiosos, consolidando o bar como um dos principais laboratórios culturais da cidade.

Esses episódios mostram como os afters deixaram de ser bastidores para se tornarem moeda valiosa da cena musical. O festival entrega escala, mas o after entrega proximidade. É nele que se compartilham códigos, se testam estéticas, se criam comunidades em tempo real. É o espaço onde artistas e público se encontram em outra chave, menos monumental, mais íntima.

Para nomes globais como Travis, os afters funcionam como extensão de marca, reforçando lifestyle e narrativa. Já para a cena independente, eles são talvez ainda mais importantes. Estou falando de oportunidade de formar público, criar intimidade, experimentar repertórios, transformar curiosos em comunidade fiel. Uma pista pequena, um bar cheio, uma festa pós-show pode ser o ponto de virada de um artista.

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Setembro mostrou com clareza: em São Paulo, a noite não acaba quando o festival termina. Assim como em Salvador, o verdadeiro espetáculo muitas vezes começa depois, quando a cidade vira palco, os fãs assumem o protagonismo e a experiência se prolonga até a última batida. É a cultura urbana dizendo, mais uma vez, que não basta assistir. É preciso habitar a experiência.

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