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“Isto Não É um Filme”

Por Miguel Barbieri Jr. No início deste mês, o diretor iraniano Mohsen Makhmalbaf (“A Caminho de Kandahar”) participou do encerramento da Mostra Internacional de Cinema para receber um prêmio e pedir ajuda. Queria que os cineastas presentes, entre eles Walter Salles e Hector Babenco, endossassem um abaixo-assinado exigindo liberdade aos intelectuais presos em seu país […]

Por VEJASP
Atualizado em 27 fev 2017, 12h49 - Publicado em 2 dez 2011, 16h42

Por Miguel Barbieri Jr.

O diretor Jafar Panahi em ”Isto Não É um Filme”: o documentário foi enviado ao Festival de Cannes escondido em um bolo

No início deste mês, o diretor iraniano Mohsen Makhmalbaf (“A Caminho de Kandahar”) participou do encerramento da Mostra Internacional de Cinema para receber um prêmio e pedir ajuda. Queria que os cineastas presentes, entre eles Walter Salles e Hector Babenco, endossassem um abaixo-assinado exigindo liberdade aos intelectuais presos em seu país — o documento seria, então, encaminhado à presidente Dilma Rousseff. Jafar Panahi, de 51 anos, é um dos diretores que peitam, na medida do possível, o regime autoritário do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad. Condenado à prisão por seis anos e impedido de filmar por duas décadas, Panahi revelou-se um símbolo da resistência ao realizar, entre quatro paredes, esse documentário. Festejado ou premiado nos principais festivais internacionais, o realizador de “O Balão Branco” (1995), “O Círculo” (2000) e “Ouro Carmim” (2003) conseguiu mandar, clandestinamente e via pen drive, uma cópia de seu novo trabalho a Cannes, em maio. Mojtaba Mirtahmasb, codiretor da fita, serviu de pombo-correio. Caseiro e simples, porém profundo em sua crítica, o registro foi feito no apartamento de Panahi, em Teerã, durante sua prisão domiciliar. Uma câmera de vídeo digital flagra-o tomando café da manhã, conversando com a advogada, alimentando sua iguana de estimação, revendo suas obras… Surge, então, uma ideia: fazer um “não filme”. Mirtahmasb aparece para rodar a produção. “Não posso filmar, escrever roteiros ou dar entrevista, mas ninguém me impediu de atuar ou de ler roteiros”, diz Panahi. Com uma fita crepe, ele delimita os espaços do cenário num tapete e narra sua próxima história: a da moça prestes a entrar na faculdade que fica trancafiada em casa pelos pais fundamentalistas. Próximo ao desfecho, um rapaz aparece para pegar o lixo e, numa conversa de elevador, esse estudante de arte revela seus dissabores com o regime de Ahmadinejad. O personagem viria do acaso ou de uma encenação? Pouco importa. Nas mãos de Panahi, seu retrato casual virou uma poderosa arma contra a censura e o totalitarismo.

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