Maternidade solar
Neste Dia das Mães, falamos de uma relação mais solar com a adolescência e da geração que está vindo aí, criada em cima da pauta feminista

Desde que assisti à impactante série Adolescência, tive vontade de escrever sobre o tema. Me causou incômodo ver as pessoas transporem para a realidade cotidiana um caso extremo. Sim, pode acontecer em qualquer família, mas não está dentro da normalidade. Tive vontade também de falar de uma relação mais solar com a adolescência e da geração que está vindo aí, criada em cima da pauta feminista, antimachista, antirracista e sensível a tantos temas que no passado recente não eram sequer questionados pela sociedade.

A condenação completa do celular e dos eletrônicos — como vilões de tudo — também considero um exagero. A meu ver, tudo é uma questão de atenção, equilíbrio e bom senso. A fala do psicanalista Marcus Quintaes, entrevistado para a matéria de capa, é precisa: “A tecnologia em si não significa nada. Está aí. Um objeto à disposição. Como cada um vai fazer uso dessa tecnologia vai depender do contexto no qual o adolescente está inserido. Se quiser fazer dela a grande vilã das relações familiares, vai encontrar um milhão de motivos. Mas, se quiser encontrar razões para tornar seu filho mais contemporâneo, atento e ligado no mundo, ela se prestará a isso. Depende do uso que cada família dará”, enfatiza.


Trazemos a experiência de cinco mães de adoles — apelido carinhoso dado à faixa etária —, mostrando a importância da conexão com os filhos. A edição brinda ainda outras grandes mães e mulheres: a geneticista Lygia da Veiga Pereira, a boleira Alzira Ramos (Vó Alzira) e a artista plástica Anna Maria Maiolino. Viva as mamães! Boa leitura!
Publicado em VEJA São Paulo de 9 de maio de 2025, edição nº 2943.