Nicolas Vlavianos ganha livro e mostra sobre últimos anos de sua produção
Escultor grego naturalizado brasileiro morreu no ano passado e tem grandes obras em locais públicos da capital paulista
As últimas duas décadas da produção do escultor grego naturalizado brasileiro Nicolas Vlavianos, morto no ano passado aos 93 anos, são o tema de Vlavianos — A Conquista do Espaço, livro que será lançado na exposição de mesmo nome a partir da próxima quinta (21), no MAB (Museu de Arte Brasileira) da FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado), instituição da qual o artista foi professor durante quase quarenta anos.
Nascido em Atenas em 1929, Vlavianos veio ao Brasil pela primeira vez em 1961, como parte da delegação grega da 6ª Bienal Internacional de São Paulo, e decidiu adotar a cidade como casa. De lá para cá, participou de inúmeras exposições no país e no exterior, e deixou sua marca em esculturas erguidas em pontos públicos da capital, como Nuvens sobre a Cidade (1978), na Praça da Sé, e Anavasis (2010), na Avenida das Nações Unidas. Esta, cujo título significa “ascensão” em grego, é uma das obras que poderá ser vista em formato de maquete na mostra, uma vez que a peça original chega a dez metros de altura.
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Além das pequenas reproduções, que têm em média trinta centímetros e algumas vezes serviram de base para a confecção dos trabalhos grandiosos, o museu recebe desenhos e esculturas menores, feitas de metais como aço inox e latão. “São cerca de trinta obras que simbolizam a tendência ao movimento ascensional que a produção dele foi ganhando nos últimos anos. Muitas das esculturas desse período possuem algum elemento que aponta para o céu, para o infinito”, define Veronica Stigger, curadora da exposição.
O livro que deu origem à mostra, assinado pela filha do artista Myrine Vlavianos, começou a ser escrito enquanto o escultor ainda estava vivo e produzia no seu ateliê na Granja Viana, região metropolitana de São Paulo. “Meu pai criou lá até quando conseguiu. Hoje, estamos transformando esse espaço em um instituto que leva o nome dele e que queremos abrir oficialmente para visitação no ano que vem”, adianta Myrine.
Publicado em VEJA São Paulo de 15 de setembro de 2023, edição nº 2859