Fayga Ostrower — Imaginação Tangível, na Estação Pinacoteca, traz cerca de 160 obras da polonesa pioneira da abstração no Brasil, país que a acolheu aos 13 anos, fugindo do nazismo. Com curadoria de Carlos Martins, a exposição constrói um percurso ambivalente.
Há um trajeto linear seguindo as paredes do prédio. Contudo, por meio de seções na área central do espaço, onde há um vídeo com trechos de entrevistas da artista, os visitantes são convidados a fazer um zigue-zague. Ao final, tem-se um belo mergulho na produção que parece uma sucessão de ondas, em que o material-base é a gravura.
Fayga explora as diferentes vertentes da linguagem (xilo, lito, água-forte), mas não deixa a habilidade técnica sobrepujar a expressão, vide a intensa Crepúsculo (abaixo; 1974). “É uma produção visceral”, diz Martins.
Estação Pinacoteca
> Largo General Osório, 66, Santa Ifigênia. Tel.: 3335-4990. Quarta a segunda, 10h às 17h30. Grátis. Agendamento em tinyurl.com/y6banq5j. Até 31 de maio.
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Publicado em VEJA São Paulo de 17 de fevereiro de 2021, edição nº 2725