São Paulo recebe primeira feira internacional de NFTs da cidade
O evento 'NFT.Brasil' terá exposição de obras, palestras, atividades imersivas e shows em três dias de evento no Pavilhão do Ibirapuera
O dicionário escocês Collins escolheu NFT — sigla em inglês para “token não fungível” — como a palavra do ano em 2021. Apesar do hype em torno do certificado digital, usado principalmente para a comercialização de obras de arte, ter diminuído, São Paulo recebe sua primeira feira internacional de NFT a partir da sexta (2).
A NFT.Brasil terá exposição de obras, palestras, atividades imersivas e shows em três dias de evento no Pavilhão do Ibirapuera. Como uma certificação de assinatura de um cartório, o NFT é um código virtual que garante a propriedade de quem o adquire.
Todos os itens com autenticação em NFT são únicos e insubstituíveis. Uma vez que torna impossível a replicação, o NFT atraiu inicialmente o mercado da arte, mas a ferramenta pode ser usada em outras transações, inclusive como forma de investimento.
Foi pela porta do mercado financeiro que Bob Burnquist, ícone do skate e sócio do evento, entrou nesse universo. “Em 2017, comprei bitcoins para revender. Com o tempo, passei a enxergar aquilo não só como uma negociação, mas como um meio de empreender. Em 2020, lancei meus primeiros NFTs, para me conectar com os fãs. Além de adquirir meus produtos, quem comprava tinha acesso a ingressos para eventos dos quais eu ia participar e outros benefícios”, explica.
Na NFT.Brasil, o atleta lança uma coleção de NFTs com 76 shapes de skates em parceria com a marca de streetwear Reserva. Diferentemente da maioria das obras expostas, que são digitais, os shapes físicos poderão ser adquiridos pelos compradores em um evento posterior.
A NFT.Brasil sucede a NFT.Rio, primeira feira internacional do segmento realizada no país, que aconteceu na capital fluminense entre junho e julho do ano passado.
O evento paulistano vai ocupar o 1º andar do centro expositivo com duas áreas distintas: uma com obras de mais de 100 artistas nacionais e internacionais, exposição imersiva e espaço de realidade virtual, e a outra com palestras de nomes do mercado.
O objetivo, segundo os organizadores, é unir comunidades e difundir informações sobre as novas ferramentas. “Uma tecnologia só se torna acessível quando não precisamos mais falar sobre ela, apenas utilizá-la, o que acho que vai acontecer em breve com o NFT”, diz o fundador Lucas Santiago.
É na primeira seção que o público poderá ver em telas digitais trabalhos de artistas especializados em NFT, como o carioca Ottis, que disponibiliza para a venda, entre outras, a obra A New Beginning (2023), e artistas também recorrentes em mostras “tradicionais”, como o fotógrafo indígena Paulo Desana.
Seus registros, como Herdeira da Arte do Trançado do Artesanato (2022), integram a coleção Indígena.Art, que reúne representantes de várias etnias brasileiras.
Quem quiser “levar para casa” algum dos trabalhos terá de desembolsar aproximadamente entre 100 e 50 000 reais, pagos, em maioria, com criptomoedas. Coleções famosas também marcam presença, como a Bored Apes Yacht Club, cujas ilustrações de macacos foram compradas por bilionários como Neymar e Madonna.
NFT.Brasil. Pavilhão do Ibirapuera. Avenida Pedro Álvares Cabral, s/nº, Portão 3. ♿ Sex. (2) a dom. (4), 9h/23h. R$ 30,00 (exposição), R$ 120,00 (palestras e exposição), R$ 300,00 (três dias de evento). nftbrasil.live. ■