Museu do Ipiranga reflete sobre emergência climática em nova mostra
Pinturas e fotografias do acervo, de nomes como Benedito Calixto e Henrique Manzo, se contrapõem a trabalhos de doze artistas contemporâneos
O Museu do Ipiranga reflete sobre as mudanças climáticas ao propor um diálogo entre obras do acervo e peças contemporâneas em Onde há fumaça: arte e emergência climática, que abre na terça (5) com curadoria do grupo Micrópolis.
Pinturas e fotografias de nomes como Benedito Calixto e Henrique Manzo se contrapõem a trabalhos de doze artistas de origens diversas, entre eles Bruno Novelli, Davi de Jesus do Nascimento, Anderson Kary Bayá e Luana Vitra. As obras antigas, que mostram um Brasil ancorado na monocultura e na escravidão, revelam como a emergência climática vivida hoje é um problema histórico que remonta aos tempos coloniais.
Um dos destaques é Independência e Morte! (2022), de Jaime Lauriano, uma releitura provocativa do quadro mais popular do museu, Independência ou Morte (1888), de Pedro Américo. O artista substitui os símbolos e gestos de heroísmo patriótico por efeitos das tragédias ambientais decorrentes do rompimento de barragens de mineração ocorridas no Brasil.
Museu do Ipiranga. Rua dos Patriotas, 100, Ipiranga. Ter. a dom., 10h/17h (entrada até 16h). Grátis. Até 28/2/2025. museudoipiranga.org.br.
Publicado em VEJA São Paulo de 1 de novembro de 2024, edição nº 2917.