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O artista Manu Maltez, 44 anos, morou, de abril de 2020 até fevereiro de 2021, em um quarto improvisado na galeria São Paulo Flutuante, localizada na rua Brigadeiro Galvão, número 130, na Barra Funda. Ele usou seu tempo por lá para criar uma igreja imaginária, chamada O Templo do Cachorro Azul. “É uma religião que nasceu antes do verbo. O fundamento dela são as imagens e seus deuses são o inconsciente e o silêncio”, explica Maltez.
O nome da igreja imaginária também é o nome da exposição que o artista criou na São Paulo Flutuante. Ao todo, são exibidas quatorze telas, onze esculturas, cinco gravuras, quinze desenhos e dois murais. Nesses últimos trabalhos, é possível observar uma narrativa desconexa formada por figuras, que ganham forma por meio de traços rápidos e massas de cor enevoadas. Às vezes, é preciso caminhar pelas pinturas nas paredes para ver se formar, de um ângulo específico, o rosto ou corpo de um personagem.
“Durante a quarentena, muitas vezes, poucos lugares, incluindo as igrejas, podiam abrir. Dessa forma, decidi criar uma para mim. Mas aqui, a gente não cobra dízimo”, acrescenta com ironia o artista. Ele ainda explica que o nome do templo vem de seu companheiro de isolamento social. “Quem eu mais convivi nesse período foi o meu cachorro”, diz
A exposição de Maltez segue em cartaz até 22 de junho. As visitas precisam ser agendadas pelo perfil da galeria no Instagram, via mensagem direta. Também é possível conhecer a mostra virtualmente em: tourvirtual360.com.br/galeriasp
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