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Enciclopédia Negra apresenta na Pinacoteca 103 retratos de “esquecidos”

Um dos braços do projeto é um livro que conta com mais de 400 verbetes de pessoas que tiveram sua biografia escanteada pela história oficial

Por Tatiane de Assis Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 6 abr 2023, 14h11 - Publicado em 28 Maio 2021, 06h00
Foto mostra parte da exposição Enciclópedia Negra. Mostra foto de um homem negro ao lado da descrição da obra
Retrato de Trajano: Enciclopédia Negra (Isabella Matheus/Divulgação)
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Enciclopédia Negra é um projeto organizado por Flávio dos Santos Gomes, Jaime Lauriano e Lilia Schwarcz. Um de seus braços é um livro (Companhia das Letras, 89,90 reais) que conta com mais de 400 verbetes de pessoas que tiveram sua biografia escanteada pela história oficial. Na publicação com 720 páginas, há 36 obras associadas a personagens.

O conjunto, contudo, é maior e apresenta 103 retratos, agora exibidos na Pinacoteca. Os homens e mulheres “esquecidos” de que Enciclopédia Negra fala têm raízes africanas. Ou nasceram nesse continente ou descendem dele. Alguns chegaram ao Brasil escravizados e outros nasceram aqui, nessa condição, o que não os impediu de lutar por liberdade. O desconhecimento dessas trajetórias faz com que a visita à exposição seja marcada por um movimento repetitivo.

Escultura de Rubem Valentim em uma sala de museu. A obra é verde e vermelha e tem algumas formas geométricas
Esculturas como a de Rubem Valentim (Isabella Matheus/Divulgação)

Você olha o trabalho na parede ou na vitrine e logo abaixa a cabeça para ler a etiqueta e saber de quem se trata. Vai aos poucos, então, se cercando de gente como Trajano, retratado pela capixaba Kika Carvalho em uma tela de 2020. Ele nasceu no Amapá, no século XIX, e ajudou na criação de uma república efêmera na fronteira do Brasil com a Guiana Francesa. Um abrigo para fugitivos da escravidão. Há ainda obras do acervo da Pinacoteca, como esculturas de Rubem Valentim e Mestre Didi.

Pinacoteca. Praça da Luz, 2, ☎ 3324-1000. Quarta a segunda, 11h às 17h30. R$ 10,00. Grátis aos sábados. Visitas agendadas em tinyurl.com/yjwjyb6k. Até 8 de novembro.

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Publicado em VEJA São Paulo de 02 de junho de 2021, edição nº 2740

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