Bienal divulga primeira lista de artistas com 92% de nomes não brancos
Desta vez com um coletivo horizontal de curadores, a Bienal de São Paulo anunciou os primeiros selecionados para a mostra, que começa em setembro
De 6 de setembro a 10 de dezembro, o Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera, receberá a 35ª Bienal de São Paulo, que leva o título Coreografias do Impossível.
Exposição que acontece desde 1951 na capital paulista, esta edição é pensada por um coletivo curatorial horizontal, formado pela curadora e pesquisadora baiana Diane Lima, a escritora e artista portuguesa Grada Kilomba, o antropólogo e crítico baiano Hélio Menezes e o historiador de arte espanhol Manuel Borja-Villel, ex-diretor do Museu Reina Sofia, em Madri.
Nesta quinta-feira (27), o grupo divulgou a primeira lista de participantes da mostra, com 43 nomes, entre 37 artistas, quatro duplas e dois coletivos.
Alguns destaques são os brasileiros Ayrson Heráclito, Tiganá Santana, Rosana Paulino e Denilson Baniwa e os estrangeiros Manuel Chavajay, da Guatemala, Dayanita Singh, da Índia, Nontsikelelo Mutiti, do Zimbábue, e Elizabeth Catlett (1915-2012), dos Estados Unidos.
Dessa primeira divulgação, 92% dos nomes são negros, indígenas ou não brancos. “Esses números representam a consequência de uma prática coletiva. A gente de fato não partiu de uma ideia quantitativa”, disse Diane Lima, em entrevista dos curadores à Vejinha.
Manuel Borja-Villel também comentou sobre o processo de curadoria em conjunto. “Esse trabalho coletivo é um trabalho de humildade. Está acima do narcisismo, das imagens, das marcas. Humildade como profissionais e curadores”, sintetizou.
Confira a primeira lista completa de artistas:
- Aline Motta
- Ana Pi e Taata Kwa Nkisi Mutá Imê
- Anna Boghiguian
- Ayrson Heráclito e Tiganá Santana
- Bouchra Ouizguen
- Castiel Vitorino Brasileiro
- Daniel Lie
- Dayanita Singh
- Deborah Anzinger
- Denilson Baniwa
- Duane Linklater
- Elda Cerrato
- Elizabeth Catlett
- Ellen Gallagher
- Frente 3 de Fevereiro
- Gabriel Gentil Tukano
- Geraldine Javier
- Igshaan Adams
- Inaicyra Falcão
- Julien Creuzet
- Leilah Weinraub
- Luiz de Abreu
- Manuel Chavajay
- Marilyn Boror Bor
- Mounira Al-Solh
- Nadal Walcott
- Nadir Bouhmouch e Soumeya Ait Ahmed
- Niño de Elche
- Nontsikelelo Mutiti
- Pauline Boudry e Renate Lorenz
- Philip Rizk
- Rolando Castellón
- Rosana Paulino
- Sammy Baloji
- Santu Mofokeng
- Sarah Maldoror
- Stanley Brouwn
- Tadáskía
- Tejal Shah
- The Living and Dead Ensemble
- Torkwase Dyson
- Trinh T. Minh-Ha
- Wifredo Lam
Publicado em VEJA São Paulo de 3 de maio de 2023, edição nº 2839