Vinícola-butique: Spielmann States em Mendoza
O executivo Rodolfo Spielmann sempre alimentou o sonho de ter uma vinícola como muitos apaixonados por vinho. Um sonho caro que parecia distante para esse portenho que estudou economia nos Estados Unidos e mergulhou de cabeça no trabalho como executivo do mercado financeiro em países como Espanha e Alemanha. “Sempre que viajava, trazia muitos vinhos na […]
O executivo Rodolfo Spielmann sempre alimentou o sonho de ter uma vinícola como muitos apaixonados por vinho. Um sonho caro que parecia distante para esse portenho que estudou economia nos Estados Unidos e mergulhou de cabeça no trabalho como executivo do mercado financeiro em países como Espanha e Alemanha. “Sempre que viajava, trazia muitos vinhos na mala”, lembra. “Na Europa, tive a oportunidade de conhecer várias regiões vinícolas.”
O primeiro passo para ser tornar vinhateiro veio quando ele se transferiu para São Paulo no fim do ano 2000. Ficou mais perto da Argentina, onde começou a procurar vinhedos para comprar. Em Mendoza, percorreu o Valle de Uco, onde encontrou velhas vinhas, mais precisamente, na região de Luján de Cuyo, localizadas entre as vinícolas Achaval Ferrer e Viñas Cobos. “Meu foco sempre foi ter uvas de qualidade”, diz o dono da Spielmann States, uma vinícola-butique concentrada numa pequena linha de rótulos.
Ele entrou em contato com o enólogo Pepe Galante, que trabalhou por décadas para a consagrada Catena Zapata e, hoje, está à frente da Salentein. Com o auxílio do especialista, pode bater o martelo na escolha do vinhedo. São 30 hectares na Calle Cobos e com malbec plantado em 1910, certificado pelo INV, o Instituto Nacional de Vitivinicultura. “Os registros mais antigos indicam que começaram a plantar uvas ali por volta de 1860”, garante.
O negócio foi fechado em dezembro de 2009. Como se trata de uma zona considerada premuim, o hectare custa entre 70 e 80 mil dólares. “Se for um vinhedo que necessita de melhoramentos como irrigação, o caso do meu, o investimento do hectare é um pouco mais em conta. Fica em torno de 50 mil dólares”, contabiliza. “Embora fosse um diamante bruto, a propriedade estava abandonada quando a compramos.”
A produção já começou. As parreiras mais velhas, de malbec, têm mais de 100 anos. Dos dezesseis antigos hectares, foram preservados onze. Os demais se perderam em um incêndio. No lugar, foram plantadas as cepas cabernet sauvignon, syrah e petit verdot.
Spielmann desenvolveu três rótulos, o Canal Flores, Viñedo 1910 e Mitos y Leyendas.
O Canal Flores é um corte predominantemente de malbec com cabernet sauvignon e syrah, envelhecido em barris de carvalho francês por doze meses. Já estão disponíveis as safras 2010, 2011, 2012 e 2013.
Elaborado apenas com malbec centenária, o Viñedo 1910 é microfermentado em pequenos tanques de inox de 1.000 litros com o objetivo de aumentar o contato das cascas com o sumo extraído das uvas, o que dá intensidade de cor, aroma e sabor. Depois, descansa por quinze meses em barris de carvalho francês. A primeira safra foi a 2012 e a 2013 também está finalizada.
Para homenagear a região de Mendoza, Spielmann criou o Mitos y Leyendas. Seus rótulos trazem um novo mito ou lenda da região Mendoza. Os primeiros exemplares foram produzidos em 2012 com microfermentação em barris de carvalho francês de 225 litros usados. Em seguida, permaneceram em envelhecimento por mais dezoito meses em barris novos de carvalho.
Spilemann pode comemorar. Tem uma vinícola para chamar de sua e em franca produção.
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