Trovadores delivery
Na São Paulo de 1986, quem estivesse comemorando um aniversário poderia ser surpreendido por um serviço inusitado. Fantasiados de palhaços e com bexigas nas mãos, animados personagens apareciam para “entregar” poesias e declamar textos aos homenageados do dia. A surpresa era feita pelos grupos de telegrama animado, que trouxeram à cidade “um jeito original e alegre de […]
Na São Paulo de 1986, quem estivesse comemorando um aniversário poderia ser surpreendido por um serviço inusitado. Fantasiados de palhaços e com bexigas nas mãos, animados personagens apareciam para “entregar” poesias e declamar textos aos homenageados do dia.
A surpresa era feita pelos grupos de telegrama animado, que trouxeram à cidade “um jeito original e alegre de mandar mensagens”, como anunciava a matéria de 20 de março daquele ano de VEJA SÃO PAULO.
Para contratar o serviço, era necessário somente ligar para grupos como o Mensagem, Telegrama e Cia., descrever as características do destinatário e informar horário, local e tipo de apresentação. Eles costumavam aparecer em casamentos, despedidas de solteiro, formaturas e até hospitais.
“Benedito Silveira Filho, 44 anos, dono do 9° Cartório de Protestos da cidade, por exemplo, achou ‘fantástico e de ótimo astral’ ter recebido, logo após uma operação no esôfago, ainda no hospital, uma mensagem de breve recuperação recitada por uma bruxa chamada Maga”, dizia o texto sobre a surpresa. “O único problema é que eu não podia rir”, brincava o homenageado.
No ano anterior, cerca de 300 apresentações haviam sido feitas por grupos de telegramas animados. A ideia era uma adaptação dos chamados singing telegram, à época famosos nos EUA e na Europa.
O trabalho era feito por atores profissionais e custava cerca de “150 cruzados por um príncipe encantado, uma dançarina de cancã, uma mulher-coração, um arlequim ou um encharcado mergulhador”.