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Volta do horário de verão? Empresários e crise no setor elétrico pressionam por mudança

Apoiadores de Jair Bolsonaro, defensor do fim do horário, têm se mostrado favoráveis ao retorno da medida

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 15 jul 2021, 20h35 - Publicado em 15 jul 2021, 20h32

O horário de verão foi extinto por Jair Bolsonaro em abril de 2019. Na época, o presidente afirmou que a medida, que foi adotada pela primeira vez por Getúlio Vargas (1882-1954), não economizava energia.

No último dia 6 de julho, Bolsonaro voltou a defender a medida, afirmando que “o horário de verão foi comprado que não tem ganho financeiro e a maioria é contra porque mexe no relógio biológico”, disse para apoiadores no Palácio do Alvorada.

Reportagem da BBC Brasil, no entanto, apontou que empresários que costumam apoiar o presidente estão pedindo a volta do horário de verão. É o caso de Luciano Hang, da Havan. “O fato de ganharmos uma hora durante o dia faz com que a roda da fortuna gire mais e influencia positivamente toda economia, principalmente setores importantes, como o turismo, bares, comércios, restaurantes e automaticamente gera mais empregos também nas indústrias”, escreveu ele no Instagram.

No fim de junho, empresários de setores como o turismo e de bares e restaurantes encaminharam uma carta para Bolsonaro pedindo a volta do horário de verão ainda em 2021. No texto, eles afirmavam que a presença de uma hora a mais de claridade no fim da tarde impactava positivamente os negócios, o que seria bem-vindo durante a pandemia de Covid-19, que afetou drasticamente o faturamento das empresas do setor.

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Em entrevista para a BBC, o economista Claudio Frischtak, da consultoria Inter.B e especialista em infraestrutura, afirma que o governo errou com a medida. “Essa foi uma decisão arbitrária. Sequer faz sentido tomar uma decisão dessas com base em pesquisa de opinião, pois uma decisão de política pública deve ser calcada em evidências. Estima-se que o horário de verão pode reduzir em até 4,5% o consumo de energia no segundo pico do fim de tarde”, disse.

De acordo com Frischtak, existem dois picos de energia no verão: um no meio da tarde, por conta do ar condicionado, e outro no horário em que as pessoas chegam em casa.

Para o professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador do Gesel (Grupo de Estudos do Setor Elétrico), Nivalde de Castro, a volta do horário de verão é imprescindível por conta da crise energética. “Há dois anos, o equilíbrio entre oferta e demanda de energia estava tranquilo, então uma economia de 2% a 3% do consumo não era tão imprescindível”, diz Castro.

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“Mas, atualmente, estamos enfrentando problemas para atender a demanda de energia elétrica justamente na hora em que escurece. Diante da crise hidrológica deste ano, o horário de verão faz todo sentido, porque ele evita um consumo a mais, do que numa situação em que não haja horário de verão”, apontou para a BBC Brasil.

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