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“Larissa também é vítima de Roger Abdelmassih”, diz ex-paciente

Esposa do médico escreve artigo criticando mulheres que se trataram com especialista em reprodução. Líder de grupo que ajudou a capturar fugitivo afirma que ex-procuradora ainda está "encantada" 

Por Jussara Soares
Atualizado em 5 dez 2016, 14h01 - Publicado em 2 out 2014, 14h46

A estilista Vanuzia Lopes, líder do grupo Vítimas Unidas, que reúne pacientes do ex-médico Roger Abdelmassih, disse considerar a ex-procuradora Larissa Sacco mais uma das vítimas do especialista em reprodução assistida. A declaração a VEJA SÃO PAULO foi dada após Vanuzia tomar conhecimento do artigo publicado por Larissa na edição desta quinta (2) no jornal  Folha de S.Paulo. No texto, Larissa afirma ter certeza da inocência do marido e diz que as mulheres estão “envaidecidas por se dizerem vítimas de Roger”.

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“Considero Larissa uma vítima e me preocupo. Roger é um psicopata, que costuma seduzir as pessoas. Ela e a família estão encantadas”, disse a estilista. Vanuzia afirma não ter raiva de Larissa, apesar de ela ter ajudado na fuga do ex-médico. “Tenho o maior carinho por ela. O dia em que ela cair na real vai sofrer muito. Todas nós do grupo estamos dispostas a acolher.”  

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O artigo de Larissa foi publicado no mesmo dia em que o Tribunal de Justiça analisa o recurso da defesa do ex-médico, que pede a anulação da decisão de 2010 que o condenou a 278 anos de prisão por 48 ataques sexuais a 37 mulheres. Em seu texto, a ex-procuradora conta que conheceu o marido em 2005, quando tentava engravidar de um ex-namorado. O relacionamento com Abdelmassih só começou em 2008. 

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Larissa disse que em nenhum momento houve assédio por parte de Roger. “Caso eu tivesse sido tolhida em minha liberdade sexual, além de não ter me casado com Roger, não teria permanecido um minuto a mais próxima a ele”, escreveu, colocando em dúvida os depoimentos das vítimas. “Essa certeza traz-me à mente uma indagação que me acompanha desde 2009: por que mulheres, hoje envaidecidas ao se dizerem vítimas de Roger, voltaram a visitar várias vezes aquele que afirmam que foi seu algoz? Isso sucedeu com a grande maioria das vítimas.”

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Vanuzia contesta e justifica que a maioria das vítimas estava sedada no momento dos abusos. “As que tomaram atitudes imedidatas é porque acordaram no meio do ataque, que é o meu caso”, disse a estilista, que fez boletim de ocorrência, exame de corpo de delito e denúncia ao Cremesp, em janeiro de 1994. Outras mulheres, diz a líder do grupo Vítimas Unidas, continuaram o tratamento na clínica, mas com outros médicos e sempre acompanhadas dos maridos. “Havia muito dinheiro investido e era um sonho da família. As pessoas venderam tudo para conseguir um filho”, rebate. 

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A estilista afirma  que não há vaidade em dizer publicamente que foi violentada sexualmente. “Não tenho orgulho de ser vítima dele. Tenho responsabilidade de ajudar outras pessoas que não podem mostrar o rosto. O meu orgulho é ter cooperado com a polícia para que ele fosse preso.” 

Na quarta-feira (1), integrantes do Vítimas Unidas fizeram um ato diante do Tribunal de Justiça, na Praça da Sé, contra a anulação da condenação do ex-médico. Elas entregaram ao órgão um abaixo-assinado com 62 000 assinaturas. “Se ele for solto, vai fugir novamente e nunca mais será preso”, afirmou Vanuzia. 

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