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Roger Abdelmassih diz para rádio que fuga foi ideia da mulher

O médico condenado a 278 anos de prisão falou ainda que matéria de VEJA ajudou na sua captura

Por VEJA SÃO PAULO
Atualizado em 5 dez 2016, 14h10 - Publicado em 21 ago 2014, 09h55

Preso na última terça-feira (19) em Assunção, no Paraguai, o médico Roger Abdelmassih disse que pretendia ficar no Brasil, mas a sua mulher, a ex-procuradora da República, Larissa Sacco, convenceu ele a fugir. “Eu achava melhor me entregar. Minha mulher disse: ‘Não, vamos embora”. Aí, falei com a minha irmã que tem um haras em Presidente Prudente. Fomos para lá. De lá fomos para o Paraguai”, contou em entrevista para a Rádio Estadão.

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Ainda para a rádio, Abdelmassih falou que usava peruca e óculos para sair de casa no Paraguai. Além disso, ele contou sobre a sua captura. “Quem me pegou foi o rapaz da Polícia Federal. Diz ele ter informações até da igreja, de uma ‘cliente’ da igreja que me viu, mas principalmente depois da VEJA, que estampa muito o rosto da Larissa.”

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Documentos obtidos por VEJA e divulgados no dia 16 de julho mostraram que o médico não tinha problemas para se manter na clandestinidade. Por meio de uma engenharia financeira montada pouco antes da condenação, ele recebia remessas regulares – e polpudas – de dinheiro na conta de sua mulher, a ex-procuradora da República Larissa Maria Sacco, que o acompanhou na fuga e com quem está casado desde 2010.

Abdelmassih chegou na tarde dessa quarta-feira (20) a São Paulo. Ele desembarcou por volta das 15h30 no Aeroporto de Congonhas, onde passou por exames de corpo de delito. Após prestar depoimento à Polícia Civil, Abdelmassih seguiu para a Penitenciária II de Tremembé, no interior de São Paulo.

Condenado a 278 anos de prisão em 2010 por 52 estupros e quatro tentativas de abuso contra pacientes, Abdelmassih foi detido na tarde de terça-feira (19)pela Secretaria Nacional Antidrogas paraguaia em parceria com a Polícia Federal brasileira. A prisão ocorreu na Rua Guido Spano, no bairro nobre Villa Morra. Ao lado da esposa, o médico buscava seus dois filhos na escola.

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Foragido desde 2011, Abdelmassih aparecia no topo da lista dos criminosos mais procurados do Estado de São Paulo e estava entre os 160 brasileiros buscados pela Interpol.

Caso

No início de 2009, veio à tona a notícia de que Roger Abdelmassih estaria sendo investigado por crime sexual contra suas pacientes. Após julgamento, em 2010, ele foi condenado a 278 anos de prisão por 52 estupros e quatro atentados ao pudor contra pacientes.

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Abdelmassih foi detido em agosto de 2009 e solto em dezembro, após quatro meses na cadeia, quando o então presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, acatou o pedido de habeas corpus feito por seus advogados. Em 2011, após um novo pedido de prisão, o médico foi declarado foragido pela Justiça.

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