Morre sexta vítima da chacina em Guarulhos
Secretaria de Saúde confirmou que a sexta vítima morreu minutos antes de ser transferida para um hospital
Com o rosto coberto por capuz, criminosos assassinaram seis pessoas a tiros e feriram outras duas em Guarulhos, na Grande São Paulo, na madrugada de ontem. As vítimas da chacina tinham entre 24 e 55 anos – a mais velha era uma mulher. A principal suspeita da Polícia Civil é de que o ataque tenha sido motivado por ajuste de contas relacionado ao tráfico de drogas.
No momento do crime, as vítimas estavam bebendo em dois bares, um ao lado do outro, na entrada de uma favela que fica na Estrada Guarulhos-Nazaré. Era 1h40 quando os bandidos entraram com pistolas nas mãos. “Pelo que a gente soube, eles já chegaram atirando”, diz Marcelo Silva, primo de Adelson Leite da Silva, de 24 anos, o mais novo entre os mortos. “Meu primo estava bebendo em casa e tinha subido para pegar mais cerveja”, afirma. “Ele ainda estava do lado de fora e recebeu um tiro na cabeça.”
Um rapaz havia deixado o bar, onde bebia com amigos, segundos antes do ataque. Aos policiais, a testemunha relatou que estava descendo uma viela quando ouviu disparos de arma de fogo e começou a correr. Após olhar para trás, viu quatro pessoas encapuzadas, usando camisa preta e calça jeans, que atiravam contra as vítimas. “Foram muitos tiros, não dava para contar”, diz um vizinho. Silva e outras quatro pessoas morreram na hora.
À tarde, a Secretaria de Saúde de Guarulhos confirmou que a sexta vítima morreu minutos antes de ser transferida para um hospital. Raul Gomes de Brito Cavalcante Ramos, de 27 anos, havia sido alvo de quatro disparos na cabeça, tórax e abdome.
Única mulher entre os mortos, Maria da Conceição de Jesus Alves, de 55 anos, foi baleada na cabeça enquanto dormia em uma cadeira de plástico do bar. Ela trabalhava recolhendo material reciclável, segundo conta o amigo José da Silva. “Falei com ela à tarde, estava feliz. Tinha acabado de ganhar uma máquina de lavar do vizinho e ia vender o material”, diz.
O sobrinho dela, Alecsandro de Jesus Alves, de 37, também foi assassinado no local. As outras vítimas são John Lennon Pires de Carvalho, de 26 anos, e Vanderlei Cavalcante Ramos Melo, de 35. “Meu filho tentou correr, foi baleado e caiu do lado de fora. Depois, deram outro tiro nele”, diz Joaquim Carvalho, pai de John Lennon.
Dos feridos, um recebeu alta e outro tem quadro estável. Entre os baleados, três têm passagem por roubo, receptação e desobediência, segundo a Polícia Civil. Também havia usuários de droga. No local, outro homem foi morto a tiros, há cerca de oito meses.