Obstinação, bom gosto e, claro, dinheiro são ingredientes necessários para formar uma bela coleção particular de arte. Valiosos, esses conjuntos raramente migram de paredes ou cofres da casa de seus proprietários para um museu ou uma galeria. A partir de sábado (10), o Instituto de Arte Contemporânea (IAC) dá início a uma série que tem como proposta compartilhar algumas dessas belezas até então restritas a um grupo de poucos observadores. Com curadoria do crítico Tiago Mesquita, Versões do Modernismo é a primeira exposição do projeto Olhar do Colecionador. A coletiva abarca mais de quarenta itens da Coleção Tuiuiú, pertencente ao empresário carioca Luis Antonio de Almeida Braga.
Entre os artistas amealhados por ele encontram-se nomes como Alberto da Veiga Guignard, Alfredo Volpi, Lygia Clark, Waltercio Caldas, Hélio Oiticica, Franz Weissmann, Tarsila do Amaral e os irmãos Vicente e Joaquim do Rego Monteiro. “Há coisas notáveis de Joaquim que não costumam ser vistas por aí”, conta Mesquita. “Tirando a Coleção Cisneros, da Venezuela, eu mesmo nunca havia apreciado uma reunião de tantas obras de Lygia Clark.” Das quinze criações de Volpi pertencentes ao conjunto, cinco foram selecionadas para a mostra.
O curador visitou a residência de Almeida Braga no Rio de Janeiro e em Itaipava (distrito da cidade de Petrópolis) a fim de pinçar os trabalhos. “Ele é um colecionador de ímpeto enciclopédico”, define Mesquita. “Chega a guardar uma documentação minuciosa de cada peça, refazendo a ‘biografia’ com os caminhos percorridos antes de ela chegar ao seu acervo.”
Versões do Modernismo. Instituto de Arte Contemporânea (IAC). Rua Maria Antônia, 258 (Centro Universitário Maria Antônia), Vila Buarque, tel. 3255-2009. Terça a sábado, 10h às 18h; domingo e feriados, 12h às 17h. Grátis. Até 27 de junho. A partir de sábado (10).