No “verão da lata”, toneladas de maconha surgiram em praias do Brasil
Em setembro de 1987, tripulantes de um barco lançaram toneladas da erva ao mar, e as latas começaram a pipocar no litoral do país

No dia 25 de setembro de 1987, um barco panamenho vindo da Austrália aportou no Rio de Janeiro para fazer alguns reparos mecânicos. Poucas horas depois, cerca de 22 toneladas de maconha se espalhariam pela orla carioca, em latas de cerca de 1,5 quilo cada. O episódio ficou conhecido como “verão da lata” e, quase trinta anos depois, ainda desperta lembranças e lendas.
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O destino do Solana Star mudou graças à ação do DEA (Drug Enforcement Administration), a agência americana anti-drogas, que já vinha monitorando a embarcação e avisou a polícia brasileira sobre a parada em águas costeiras daqui.
Com medo da prisão, os tripulantes lançaram a mercadoria ao mar e as latas começaram a pipocar nas praias da região. Dezenas de policiais e “interessados” apareceram. De acordo com os registros oficiais da época, a polícia só conseguiu recuperar 2 563 embalagens.

O cargueiro era tripulado por uma quadrilha especializada em tráfico intercontinental de drogas. Dos sete tripulantes, apenas o cozinheiro Stephen Skelton foi detido e passou um ano preso no Brasil até conseguir a extradição.

Experimentar o tal “veneno da lata” virou motivo de inveja e admiração nas praias cariocas, paulistas e até catarinenses. Ascena ainda vive na memória coletiva, inspirando até nome de sobremesa e de um bistrô, o Poeira da Lata.
A história também virou documentário em 2015 e deu origem ao livro homônimo lançado pelo jornalista Wilson Aquino em julho.