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Vana Lopes, ativista e primeira a denunciar Roger Abdelmassih, morre em SP

Informação foi confirmada por Maria do Carmo Santos, presidente do Vítimas Unidas, criado por Vana com um grupo de mulheres abusadas por Abdelmassih

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 28 Maio 2024, 09h08 - Publicado em 28 jan 2023, 14h15
Mulher branca de cabelos pretos longos encara a câmera.
Vana Lopes. (Luiz Maximiano/VEJA/Veja SP)
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A ativista e estilista Vana Lopes, a primeira vítima a denunciar Roger Abdelmassih, ex-médico condenado a 278 anos de prisão pelos crimes de estupro e atentado violento ao pudor contra pacientes – com sentença reduzida para 173 anos, morreu na madrugada deste sábado (28) em São Paulo. Ela sofria de um câncer de mama em estágio avançado. As informações são do G1.

A informação foi confirmada por Maria do Carmo Santos, presidente do grupo Vítimas Unidas, criado por Vana com um grupo de mulheres abusadas por Abdelmassih.

Segundo Maria do Carmo, Vana teve um câncer de mama há cerca de 4 anos. “Por mais que a gente soubesse, ela foi uma guerreira nessa última luta dela, trabalhou até o final, mas foi dada a hora. Ela deixa um legado, a partir da denúncia dela contra o Roger que a palavra da mulher ganhou importância porque não havia provas concretas, mas havia um conjunto de mulheres que contavam a mesma história”, afirmou.

Vana vivia em Portugal com o marido. Ela voltou ao Brasil nos últimos dias por conta de uma possibilidade de tratamento. Na noite de ontem, Vana teve duas convulsões e entrou em parada cardíaca.

Ela deixa uma filha, uma neta e uma bisneta. Os detalhes sobre o velório e enterro ainda não foram divulgados.

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“É com grande pesar que o Grupo Vítimas Unidas lamenta a morte de sua fundadora e ativista Vana Lopes, que nos deixou na madrugada deste sábado (28). Ela, que tanto fez por centenas de vítimas de crimes hediondos no Brasil, descobriu um câncer de mama há quatro anos e enfrentava bravamente esta doença terrível. Em toda sua trajetória, Vana lutou para punir seu abusador, o ex-médico Roger Abdelmassih, e trabalhou para que outros criminosos hediondos também fossem condenados por seus atos”, disse o grupo Vítimas Unidas em nota.

“Recentemente, em seus últimos meses de vida, ela continuou a luta pelo projeto de Lei do Estatuto da Vítima (PL 3890/20) que tem o intuito de humanizar, educar e evitar a revitimização de pessoas vulneradas em seus direitos”, completou.

Roger Abdelmassih está preso na Penitenciária 2 de Tremembé, em São Paulo. Abdelmassih, que era considerado um dos principais especialistas em reprodução humana no Brasil, foi condenado a prisão em novembro de 2010. Abdelmassih não foi preso logo após ter sido condenado porque um habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ) dava a ele o direito de responder em liberdade.

O habeas corpus foi revogado pela Justiça em janeiro de 2011, quando ex-médico tentou renovar seu passaporte, o que sugeria a possibilidade de que ele tentaria sair do Brasil. Como a prisão foi decretada e ele deixou de se apresentar, passou a ser procurado pela polícia até ser preso em 2014 no Paraguai.

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