Assembleia cria vagão exclusivo para mulheres em São Paulo
Para Metrô e CPTM, a separação de usuários infringe o direito de igualdade entre gêneros à livre mobilidade
O projeto de lei que cria vagões exclusivos para mulheres nos sistemas metroviário e ferroviário de São Paulo foi aprovado pelos deputados estaduais nessa quinta-feira (3). Agora, o governador Gerlado Alckmin tem quinze dias para sancionar ou vetar a proposta.
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De acordo com a norma, as empresas são obrigadas a destinar no mínimo um vagão em todas as composições, exceto nos fins de semana e feriados.
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A discussão sobre a criação do espaço exclusivo ganhou força depois que um homem imobilizou e forçou uma mulher a tirar a calça dentro do trem da Linha 7 – Rubi, da CPTM, em março deste ano. O estudante de administração Adilton Aquinio dos Santos, de 24 anos, ejaculou na perna da mulher, que gritou. Ele foi espancado por outros passageiros e preso quando a composição chegou na estação. Depois desse incidente, outros casos de “encoxadores” vieram à tona, obrigando a polícia a colocar agentes infiltrados para reforçar a segurança.
De acordo com o deputado Jorge Caruso (PMDB), autor do projeto, o vagão poderá minimizar o assédio às mulheres. “Essa situação é constrangedora para quem é obrigada a utilizar esse meio de transporte para ir e vir do trabalho”, diz na justificativa.
Procurada, a Secretaria Estadual de Transporte afirmou que Metrô e a CPTM entendem que a criação de carro exclusivo para mulheres infringe o direito de igualdade entre gêneros à livre mobilidade.