USP diz que prejuízo com ocupação de reitoria chega a 2,4 milhões de reais
Prédio onde estudantes passaram 42 dias foi pichado e depredado. Universidade deve processar os alunos
A USP calculou em 2,4 milhões de reais o prejuízo com a ocupação da reitoria pelos estudantes por mais de dois meses, entre 1º de outubro e 12 de novembro. O prédio foi retomado pela universidade com paredes totalmente pichadas e móveis quebrados. Segundo o reitor João Grandino Rodas, computadores, câmeras de segurança, material de escritório e de telefonia foram furtados.
O orçamento da USP este ano é de cerca de 4 bilhões de reais e o dinheiro vem dos cofres estaduais. A reitoria afirma que vai arcar com o prejuízo, mas não descarta a possibilidade de entrar com um processo contra o Diretório Central dos Estudantes (DCE), o Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) e a Associação dos Docentes da USP (Adusp) para reaver parte do dinheiro gasto com os reparos no prédio. O Sintusp e a Adusp apoiaram o DCE na ocupação e na greve estudantil.
Em nota divulgada na semana passada – quando a estimativa de prejuízo da USP com a ocupação era de 1 milhão de reais -, o DCE fez duras críticas à gestão atual, que termina em janeiro do ano que vem. “Rodas não possui nenhuma autoridade para falar em nome da USP e da população de São Paulo, pois sobretudo ele, como gestor, é irresponsável no gasto do dinheiro público, ostentando, inclusive, luxos como o famoso caso dos tapetes persas em seu gabinete”, diz o diretório. O reitor é investigado pelo Ministério Público pelo suposto uso de verbas públicas para imprimir boletins institucionais em que critica a direção da Faculdade de Direito, onde ele é considerado “persona non grata.”
À época da abertura da investigação do MPE, veio à tona um episódio no qual Rodas teria pego emprestado da Faculdade de Direito dois tapetes persas no valor de 30 mil reais. Com a polêmica, o reitor devolveu os tapetes.
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