Após dois meses, últimas duas escolas são desocupadas na Zona Oeste
Alunos entregaram as chaves das escolas Godofredo Furtado e Anhanguera entre a noite de ontem e início desta terça
As escolas estaduais Godofredo Furtado e Anhanguera, ambas na Zona Oeste, foram desocupadas na noite de segunda (18) e no fim da manhã desta terça (19), respectivamente. Elas eram as duas últimas instituições ainda ocupadas há 53 e 63 dias.
+ Após 55 dias, estudantes desocupam a Escola Fernão Dias, em Pinheiros
Segundo o estudante Daniel Saturnino, de 21 anos, a demora na entrega da chave ocorreu porque a direção da Godofredo Furtado não queria assinar a pauta de reivindicação dos alunos – o que só aconteceu na noite de ontem. “Pedimos desde melhorias estruturais, como o conserto de infiltrações, a abertura da biblioteca e até a retirada dos gradios das janelas, que parecem mais uma prisão do que uma escola”, diz. Já o supervisor de ensino da Regional Centro-Oeste, Alex de Almeida, afirma que os estudantes até então não tinham o documento, que só foi apresentado quando liberaram a escola.
A estudante Camila Cintia, de 16 anos, explica que as negociações com a secretaria de ensino se prolongaram na Anhanguera porque eles queriam a presença do governador Geraldo Alckmin. “A gente viu que não ia dar e decidimos que era melhor sair e garantir a assinatura das nossas reivindicações, que são da criação de grêmio à reabertura da escola aos finais de semana”, afirma.
De acordo com Almeida, as negociações com os alunos ocorriam desde o dia 4 de dezembro quando foi revogada a reorganização escolar, mas alguns insistiam na ocupação. “Vamos analisar essas reivindicações, foi tudo na base do diálogo, até por isso que todos saíram sem atritos”.
+ Governo calcula prejuízo de 2 milhões reais em escolas ocupadas
Uma perícia preliminar foi feita em ambas as escolas constando que o prédio está em condições para que as aulas sejam retomadas na quinta-feira (21). Outra perícia mais completa será realizada até o fim desta terça para conferir os materiais e equipamentos da escola. Os alunos da escola Anhanguera já estavam repondo aulas na escola estadual vizinha Alexandre Von Humboldt.
No início de janeiro, a Secretaria Estadual da Educação afirmou que os danos em 115 escolas ocupadas chegaram a um total de 2 milhões de reais. No auge dos protestos, 196 escolas foram tomadas.