Teatro de Bonecos da Truks completa duas décadas na ativa
Considerada uma das mais importantes e influentes companhias do gênero em atividade no país, a Truks surgiu quase como um acidente para Henrique Sitchin
No breu do palco, os atores quase não aparecem. Seus movimentos, no entanto, dão vida aos bonecos, verdadeiros protagonistas das peças da Cia. Truks, que comemora duas décadas de existência. A festa começa neste sábado (6), na Funarte, com a apresentação de onze das dezoito montagens do grupo.
Considerada uma das mais importantes e influentes companhias do gênero em atividade no país, a Truks surgiu quase como um acidente para Henrique Sitchin. No fim da década de 80, enquanto cursava ciências sociais e economia, ele procurou uma atividade remunerada com sua então esposa, Verônica Gerchman. Enveredou por apresentações de teatro de fantoches em festas infantis.
“Fiquei maravilhado com a reação das crianças e com a facilidade de comunicação que os bonecos têm”, lembra. Passou a fazer cursos e a frequentar festivais. Em um evento sobre literatura infantil, entrou em contato com o trabalho da escritora Eva Furnari, criadora da personagem Bruxinha. Foi quando decidiu, ao lado de Verônica e de Claudio Saltini , criar um espetáculo com a simpática figura. Surgia Truks: a Bruxinha, que estreou em 1990.
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Técnica japonesa de manipulação, em que os atores vestem roupas pretas dos pés à cabeça e ficam em frente a um fundo escuro, o bunraku é a inspiração da Truks. O método, no entanto, sofreu adaptações. “Usávamos capuz, mas as crianças se assustavam”, diz Sitchin.
Os atores da Truks resolveram mostrar o rosto e desenvolveram assim uma discreta interação com os bonecos, o que se transformou em sua marca registrada. Hoje, Sitchin trabalha ao lado de um de seus filhos, Gabriel, que tem a mesma idade da companhia. “Ele estava na reunião de fundação, dentro do carrinho.”