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Tarcísio diz que tiros em Paraisópolis foram “recado do crime organizado”

Candidato afirmou que não se tratou de atentado político-eleitoral, mas de uma "questão territorial"

Por Hyndara Freitas
Atualizado em 17 out 2022, 17h22 - Publicado em 17 out 2022, 17h14
Tarcísio de Freitas.
Tarcísio de Freitas. (Campanha/Divulgação)
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Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que o tiroteio que ocorreu em Paraisópolis na manhã desta segunda-feira (17) enquanto ele cumpria agenda no local não foi um ataque político, mas sim uma “questão territorial” e um “recado do crime organizado” que não o queria ali. Ele disse que não é um episódio “corriqueiro” e que foi um “ato de intimidação“, mas rejeitou falar em atentado.

“Qual a leitura que a gente faz, na minha opinião, é um ato de intimidação, foi um recado claro do crime organizado dizendo o seguinte: ‘vocês não são bem vindos aqui, a gente não quer vocês aqui dentro’. Para mim, é uma questão territorial, não tem nada a ver com uma questão política, eleitoral, mas é uma questão territorial que acontece aqui em favelas, comunidades do estado de São Paulo. O que é uma pena”, afirmou.

+ “Nenhuma hipótese descartada”, diz secretário sobre tiros em Paraisópolis

Ele disse que estava visitando as salas do terceiro andar do Polo Universitário de Paraisópolis, uma parceria entre o Centro Universitário Ítalo-Brasileiro e a Casa Belezinha Brasil que foi inaugurada hoje, quando começou a ouvir tiros. Ele afirmou que, a princípio, não achou que seria nada de mais e seguiu a visita. Entretanto, poucos minutos depois, foram ouvidos mais tiros e gritaria.

“Ai o pessoal começou a gritar ‘abaixa, abaixa, abaixa, vão atirar aqui’. Até o momento em que uma pessoa ali falou o seguinte ‘tem que tirar ele daqui que o problema é ele, tem que dar um jeito de tirar ele daqui, tão dizendo que vão entrar aqui’. E aí houve uma troca de tiros, até o momento em que minha equipe entra e diz ‘olha, conseguimos estabelecer a segurança pra você sair’. Rapidamente, saímos, entrei na van, esperamos a equipe toda embarcar na van e fomos embora”, detalhou.

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O candidato disse que “os bandidos” notaram a presença dele e de sua campanha desde cedo. Segundo Tarcísio, seus seguranças notaram a movimentação de homens armados que pilotavam motos. “Quatro motocicletas, com dois elementos em cada, começaram a rondar a frente do local que a gente tava, começaram a fotografar o nosso pessoal de segurança, fizeram perguntas, perguntaram se era policial que estava ali, se evadiram do local e voltaram com armamento. E aí foi o momento em que se deu a troca de tiro”, explicou.

O aspirante ao Palácio dos Bandeirantes reforçou que “em nenhum momento disse que era atentado”, mas falou que o crime organizado na região é hegemônico e, por isso, não é comum que haja trocas de tiros em Paraisópolis. “Não foi algo corriqueiro o que aconteceu. Aconteceu um tiroteio nas imediações justamente quando a gente estava lá, coincidência? Na verdade, para mim, foi uma ação de intimidação, foi um recado ‘esse território aqui é nosso, você não entra aqui sem a nossa permissão’. E o crime está dizendo que ‘tem lado e não é o seu'”, falou.

Polícia investiga

O Secretário de Segurança Pública, o general João Camilo Campos, disse que “nenhuma hipótese é descartada”, mas disse ser “prematuro” falar em atentado político. Ele afirmou que a Polícia Civil está investigando o que ocorreu para determinar as razões e a ordem cronológica dos fatos. Uma operação policial ocorre em Paraisópolis, a fim de colher imagens de câmeras de seguranças para verificar o que aconteceu.

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Na visão do secretário, as investigações são “preliminares”, mas há a possibilidade de ter havido um “desconforto” de algumas pessoas com a presença intensa de policiais na favela. Durante o tiroteio, um homem chamado Felipe Lima, de 27 anos, foi morto. Segunda a Polícia Civil, ele tinha passagens por roubo. Não se sabe se o autor do tiro que matou o homem partiu de um policial militar ou de um segurança particular de Tarcísio.

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