Tarcísio diz que buscará “alinhamento com governo federal”
Governador eleito de São Paulo destacou que "resultado das urnas é soberano", que ainda não falou com Bolsonaro e que já recebeu telefonema de Haddad
Em seu primeiro pronunciamento após ser eleito governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que vai buscar “um alinhamento com o governo federal” para fazer “o que é melhor para São Paulo” e que já recebeu uma ligação de Fernando Haddad (PT), seu adversário no segundo turno, se colocando à disposição para ajudá-lo em um diálogo com o futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele afirmou que ainda não conversou com o presidente Jair Bolsonaro (PL) e destacou que “o resultado das urnas é soberano”.
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“O resultado das urnas é soberano, a gente teve uma eleição dura, apertada, uma das mais apertadas, isso mostra que nós temos campos de pensamento que praticamente divide o país, uma linha mais progressista, uma linha mais conservadora, e essas linhas se equivalem praticamente e foi isso que as urnas mostraram. Mas o resultado das urnas é soberano”, disse.
“A partir de agora, vamos olhar para a frente, o interesse do estado de São Paulo. Primeiro queria agradecer a expressiva votação, sou muito grato a todos estes eleitores e agora a gente faz um governo para 46 milhões de paulistas. Recebi um telefonema do Fernando Haddad nos cumprimentando pelo resultado das eleições e se colocando à disposição do estado de São Paulo em Brasília”, acrescentou o governador eleito. “Eu tive uma conversa muito amena, muito boa com o Haddad. A gente sempre teve uma boa relação ao longo da campanha, sempre houve diálogo. O Haddad disse ‘parabéns pela sua vitória em São Paulo’, e de certa forma se colocando à disposição ajudando de Brasília, ele como integrante da equipe para o novo presidente da República E vamos olhar para os interesses do estado de SP de forma republicana”.
Ele disse que montará um “secretariado técnico”, mas evitou citar nomes, e que a transição deve começar a partir da semana que vem – nesta semana, ele pretende tirar alguns dias de descanso – e que, quando assumir, deve morar no Palácio dos Bandeirantes.
Tarcísio ainda destacou que quer “unir” o estado de São Paulo, fazendo o que se comprometeu, dentro de “uma iniciativa pró-business, liberal” e com apostas no agronegócio e na indústria automobilística, mas também estando “muito próximos das universidades públicas” com garantia de autonomia e focar em ações sociais. “Vamos mostrar que a gente também sabe fazer trabalho social”, falou.
Quando questionado sobre Bolsonaro, Tarcísio disse que ainda não falou com ele, apenas com o general Braga Netto, candidato a vice dele, que afirmou que o presidente “está tranquilo”. Ele diz não saber qual será o “plano de voo” de Bolsonaro a partir de 2023 e o elogiou: “Ele pegou uma barra super pesada, entendo que ele se saiu muito bem, inflação em baixa, emprego em alta, muitas reformas importantes foram feitas, muitos investimentos foram contratados. Tem muita coisa plantada para ajudar o Brasil a prosperar, o presidente pode sair com a cabeça erguida, com a consciência de que fez o melhor trabalho. Houve muita dedicação e resultado”.
Em relação a promessas de campanha, ele reiterou que irá retirar a obrigatoriedade da vacina no serviço público, que vai “estudar” a privatização da Sabesp e que irá ouvir especialistas e forças policiais sobre a questão das câmeras nos uniformes da Polícia Militar. “Na questão das câmeras, eu sempre tive uma opinião crítica, eu expus ao longo da campanha por que eu tinha uma visão crítica, mas eu não sou dono da verdade. Nós vamos discutir com as equipes de segurança a solução. Só vou tomar qualquer decisão quando a gente tiver absoluta convicção que a gente está tomando a melhor decisão sob todos os pontos de vista”, falou.