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Suspeito de dar ‘sumiço’ em ouro de Guarulhos tem patrimônio de 2 milhões

Preso na sexta, 22, Marcelo Febrônio tem câncer em estágio avançado

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 23 nov 2019, 17h00 - Publicado em 23 nov 2019, 16h00
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  • Marcelo José de Lima, o Marcelo Febrônio, de 44 anos, é o principal suspeito de ter “escoado” os mais de 700 quilos de ouro roubados no mega-assalto ao terminal de cargas do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. Acusado de integrar a quadrilha que realizou o ataque em julho, ele foi preso nesta sexta-feira, 22, por policiais do Departamento de Investigações Criminais (Deic).

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    Segundo a Polícia Civil, Marcelo Febrônio ostenta uma patrimônio superior a R$ 2 milhões — parte dos bens teria sido adquirida após o roubo em Cumbica. Recentemente, ele teria comprado um apartamento no bairro do Morumbi, área nobre da zona sul, pelo qual paga prestações de cerca de R$ 70 mil, e uma chácara de alto padrão em Atibaia.

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    Antes do assalto, o preso já era dono de um imóvel em Peruíbe, no litoral, mas uma empreiteira teria sido contratada para reformá-lo neste semestre. Febrônio também é proprietário de um Jeep Compass, modelo 2020, avaliado em mais de R$ 180 mil, de acordo com a investigação.

    Para o delegado Pedro Ivo Corrêa, titular da Roubo a Bancos do Deic, delegacia responsável pelo caso, há indícios de que os bens tenham origem ilícita. “Estamos pedindo bloqueio e quebra de sigilo bancário de contas que ele movimentava”, afirma.

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    Levantamento da Polícia Civil mostra que Febrônio já tinha passagem por crimes de tráfico de droga e roubo a um carro-forte em na década de 1990. Em 2005, ele também foi detido por roubo de carga. Investigadores afirmam que o apelido do suspeito é uma referência a Febrônio Índio do Brasil – um serial killer brasileiro do século 19.

    O suspeito teria participado de todas as etapas do ataque à Cumbica, do planejamento à execução, de acordo com o inquérito. No assalto, a quadrilha levou 711 quilos de ouro, 36 quilos de prata, 15 quilos esmeralda bruta, 18 relógios e um colar de luxo – o valor estimado é de R$ 117 milhões.

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    Ele é apontado como o principal suspeito de negociar com interceptadores da carga roubada. Segundo Corrêa, a quadrilha fez o assalto já sabendo qual seria o destino – o paradeiro ainda é desconhecido da polícia. “Assim que o roubo acabou, eles já tinham todo o caminho para tirar esse roubo de circulação e para colocar depois em circulação”, diz.

    O suspeito é ex-ourives e chegou a ter uma loja de compra e venda de ouro nos anos 2000 no centro de São Paulo. A polícia acredita que ele tenha se valido de contatos na área para dar “sumiço” à carga de Cumbica. Com sua prisão, os investigadores esperam conseguir rastrear a carga roubada.

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    Vídeo obtido pela Polícia Civil mostra que Febrônio se reuniu com Francisco Teotônio da Silva Pasqualini, o Velho, apontado como o mentor intelectual do ataque ao terminal de cargas. Pasqualini é foragido da Justiça e integra a lista de “mais procurados” pela polícia de São Paulo.

    O encontro aconteceu em um imóvel em São Caetano, no ABC, na semana anterior ao assalto. Segundo a Polícia Civil, Febrônio também aparece nas imagens de câmeras de segurança que gravaram o ataque.

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    Suspeito tem câncer avançado

    Febrônio foi preso em um posto de gasolina na Rodovia Fernão Dias, na altura de Mairiporã. No carro, também estava sua mulher dois filhos pequenos e a babá. “A esposa já prestou declarações e esta sendo investigada por atuar na parte da lavagem”, afirma Corrêa

    Segundo a polícia, ele não resistiu à prisão e teria, no primeiro momento, admitido participação no assalto. Em depoimento oficial, ele ficou calado.

    Há menos de dois anos, o suspeito recebeu diagnóstico de câncer de mama e faz tratamento desde então. O estágio da doença é avançado, segundo a Polícia Civil. “Já havia indício de que havia um indivíduo com problema de saúde (na quadrilha) desde a primeira semana de investigação”, diz o delegado.

    Antes de realizar a prisão, os policiais seguiram o suspeito e monitoraram seus passos por dias. Desconfiado, ele chegou a dormir em diferentes motéis de São Paulo durante uma semana. A polícia trabalha com o número de 14 criminosos na quadrilha. Até o momento, sete suspeitos foram identificados e cinco, presos.

    Funcionário do aeroporto, Peterson Patrício é acusado de ter passado informações privilegiadas à quadrilha e está na prisão. Também estão detidos Peterson Brasil, Célio Dias e Marcelo Ferraz da Silva, o Capim, que é apontado como líder da “parte operacional”.

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    Já na lista de foragidos, além de Pasqualini, está Joselito de Souza, de 52 anos. Ele é dono de um lava-rápido usado pela quadrilha para clonar viaturas da PF, segundo a investigação.

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